Otro
Concepções dos agentes comunitários de saúde sobre suas práticas assistenciais
Registro en:
Physis: Revista de Saúde Coletiva. IMS-UERJ, v. 21, n. 1, p. 31-46, 2011.
0103-7331
10.1590/S0103-73312011000100003
S0103-73312011000100003
S0103-73312011000100003.pdf
2-s2.0-79958149847
Autor
Baralhas, Marilisa
Pereira, Maria Alice Ornellas
Resumen
O presente estudo objetivou identificar as representações elaboradas por agentes comunitários de saúde (ACS) acerca de suas práticas assistenciais. Utilizamos a metodologia qualitativa de pesquisa, adotando, como instrumento de coleta de dados, a entrevista semiestruturada e, para a interpretação dos dados, recorremos à Análise Temática. Foram ouvidos 12 ACS das Equipes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) de um município do interior paulista. O material obtido permitiu verificar como temas: o vínculo como instrumento de trabalho e a prática pautada na promoção da saúde e na prevenção das doenças. Os relatos demonstram a importância do vínculo na prática diária, enfatizam os princípios humanitários que embasam as ações de solidariedade, destacam o sentimento de gratificação quando o trabalho executado é reconhecido pelas famílias e revelam que os sujeitos ouvidos têm dificuldades para discernir o alcance de seus limites. Embora estes profissionais apresentem um bom suporte técnico para o cumprimento de suas ações, também demonstram carência na instrumentalização para o exercício profissional. Concluímos que as diretrizes e normas estabelecidas para o PACS funcionam como norteadoras do processo de assistência, mas ainda não respondem a questões mais subjetivas encontradas na assistência ao indivíduo-famíliacomunidade. Além disso, os ACS parecem estar vulneráveis às flutuações de gestão dos municípios, estados e Governo Federal, apresentam inconsistência na ideologia do desempenho do próprio papel e não conseguem inverter o modelo assistencial pautado na doença e na intervenção médica individual. This study aimed to identify the representations developed by community health agents (CHA) about their care practices. We used the qualitative research methodology, taking semistructured interviews for collecting data; for data interpretation, we adopted the thematic analysis. Twelve CHA of the Community Agents Program (PACS) from a hinterland town in São Paulo State. The material obtained presented two themes: the bond as working tool and practice based on health promotion and disease prevention. The reports show the importance of the bond in daily practice, emphasizing the humanitarian principles that underlie the actions of solidarity, highlight the feeling of gratification when the work performed is recognized by families and reveal that the interviewed ones have trouble in discerning the scope of its limits. Although these professionals have a good technical support for the fulfillment of their actions, they also show the need for professional instrumentation. We conclude that the guidelines and standards set for the PACS function as guidelines for the health care process, but do not respond to more subjective issues found in the care of individual-family-community. Moreover, the CHA seem to be vulnerable to fluctuations in the municipal, state and federal administration, have inconsistent ideology in playing their own role and cannot reverse the health care model guided by disease and individual medical intervention.