dc.description | A Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze (Araucaria brasiliense), conhecida como araucária, é uma espécie nativa das regiões sul e sudeste do Brasil, a qual sofreu com o extenso processo de exploração madeireira durante os séculos XIX e XX, sendo considerada hoje em risco de extinção. Atualmente apresenta importância econômica devido ao extrativismo e comercialização de suas sementes (pinhões), atividade essa que leva ao descarte das brácteas da araucária, as quais têm se apresentado como fonte relevante de compostos bioativos em estudos recentes sobre a espécie. O estresse oxidativo consiste no desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio e antioxidantes celulares, em favor do aumento dessas espécies, o qual está associado ao desenvolvimento de diversas doenças humanas e de importância na medicina veterinária. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo quantificar o teor total dos compostos bioativos (fenólicos e flavonoides) e avaliar a capacidade antioxidante in vitro de extra os das sementes e brácteas da araucária. Para isso, foram produzidos 4 extratos de brácteas de araucária (3 hidroalcoólicos, 2 deles por extração em Soxhlet e 1 por extração exaustiva, além de um extrato aceto-etilico preparado em Soxhlet) e 2 extratos das sementes (extratos hidroalcólicos produzidos em Soxhlet ou por extração exaustiva). O teor total de compostos fenólicos e de flavonoides foram quantificados por métodos espectrofotométricos em todos os extratos, e a caracterização do perfil dos compostos fenólicos para os extratos que se mostraram mais bioativos foi realizada por CLAE-DAD. A capacidade antioxidante dos extratos foi avaliada pela metodologia de atividade sequestrante do radical DPPH e do potencial redutor de ferro (FRAP). Os resultados obtidos indicam que os extratos das brácteas da araucária apresentaram maiores teores totais de compostos fenólicos e flavonoides, o que pode estar relacionado à maior atividade antioxidante desses extratos quando comparados aos extratos das sementes. No ensa o de FRAP, os extratos das brácteas apresentaram concentrações de ferro reduzido de 125 a 249 vezes superior aos extratos das sementes. Já no ensaio de atividade sequestrante de DPPH, somente os extratos das brácteas apresentaram atividade antioxidante. No geral, os extratos hidroalcóolicos extraídos com etanol 70 (BHA70) e 96º GL (BHA96) em sistema Soxhlet foram aqueles com maior concentração de fenólicos e flavonoides e consequentemente, maior atividade antioxidante. A análise cromatográfica do perfil de compostos fenólicos para esses 2 extratos revelou a presença de 6 compostos fenólicos, sendo o flavonoide catequina o composto majoritário encontrado em ambos os extratos. Nossos resultados evidenciam as brácteas como principais fontes de compostos fenólicos e de atividade antioxidante em relação às sementes, o que indica seu grande potencial como bons prospectos para a realização de futuras avaliações de atividade biológica in vitro (culturas celulares) e in vivo. | |