dc.identifier | OMBREDANE, Alicia Simalie. Investigação do efeito de nanoemulsão à base de óleo de pequi e de sua associação com docetaxel e ácido anacárdico em células de câncer de mama, in vitro e in vivo. 2020. 146 f., il. Tese (Doutorado em Nanociência e Nanobiotecnologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2020. | |
dc.description.abstract | O câncer de mama triplo negativo (CMTN) representa a forma mais agressiva da doença
e apresenta elevada taxa de mortalidade atribuída à metástase. O docetaxel (DTX) é um
quimioterapeutico frequentemente usado no tratamento do CMTN. No entanto, efeitos
adversos limitam sua aplicação como monoterapia. A biodiversidade brasileira representa
fonte rica de moléculas bioativas que podem contribuir para o tratamento do CMTN. O
óleo de pequi (Caryocar brasiliense Camb), planta originária do Cerrado brasileiro, é
constituído principalmente por ácidos graxos e carotenoides que lhe conferem diversas
propriedades biológicas, incluindo efeito antitumoral. Além disso, o ácido anacárdico
(AA), isolado da casca da castanha de caju (Anacardium occidentale), também apresenta
potencial anticâncer. Entretanto, a hidrofobicidade dessas moléculas representa limite à
suas administrações. Portanto, nanoemulsão à base de óleo de pequi (PeNE) foi projetada
como sistema de transporte e liberação do óleo sozinho ou em associação com DTX e AA
baseando-se em terapia combinatória. Neste trabalho, as investigações foram conduzidas
em 4 capítulos: (I) síntese e caracterização de PeNE e avaliação da citotoxicidade em
células 4T1 e NIH3T3; (II) investigação dos efeitos antitumorais do PeNE em células
4T1, in vitro, na proliferação celular, morfologia, funcionamento de organelas
(lisossomo, mitocôndria, núcleo), mecanismos celulares (produção de ROS e liberação
de cálcio) e perfil de morte; (III) síntese, caracterização e avaliação do efeito antitumoral
da associação da PeNE com DTX (PDTX) e AA (PAA) em células 4T1 na morfologia,
proliferação celular, organelas, mecanismos celulares, perfil de morte, in vitro (IV) e
avaliação da eficácia e toxicidade por meio de análises clínicas, bioquímicas,
hematológicas e histopatológicas em modelo de camundongos fêmeas balb/c, in vivo. Os
resultados demonstraram sucesso na obtenção de PeNE estável e com características
adequadas à proposta de ser utilizada como plataforma para transporte de biomoléculas.
Além disso, PeNE apresenta atividade citotóxica em células 4T1 dose e tempo dependente
com diminuição da proliferação celular, indução de lesão da membrana plasmática,
bloqueio do ciclo celular, fragmentação de DNA, permeabilidade da membrana
lisossomal, despolarização da membrana mitocondrial, alteração da morfologia celular,
da produção intracelular de ROS e no nível de cálcio. Adicionalmente, a associação de
DTX e AA à PeNE aumentou a eficácia dos tratamentos, in vitro. A combinação
PAA+PDTX apresentou efeito aditivo e foi considerada como tratamento mais promissor,
in vitro. Contudo, os ensaios in vivo sugeriram que a combinação AA+DTX livres
administrados por via intratumoral é o tratamento de maior eficácia com diminuição
significativo do volume tumoral, regressão tumoral em 50% dos animais tratados e
impedindo processo de metástase em 100% dos animais. Apesar dessa diferença
observada entre modelos in vitro e in vivo, pode-se concluir que a associação de AA e
DTX, livres (in vivo) ou nanoencapsulado (in vitro) apresentou melhoria quando
comparado com os demais tratamentos. Dessa forma, essas combinações são promissoras
e merecem futuros estudos para investigar melhor o potencial anticâncer. | |