dc.description.abstract | Aberrações cromossômicas podem aparecer espontaneamente ou serem induzidas por agentes físicos ou químicos. Micronúcleos refletem a ocorrência de aberrações cromossômicas. Sabe-se que todos os agentes, tanto químicos como físicos, que são capazes de induzirem alterações cromossômicas, são também, em geral, carcinogênicos. Isso pressupõe que o aumento na frequência de aberrações cromossômicas em uma dada população, pode indicar elevada exposição a agentes capazes de provocarem danos à saúde. Sendo assim, o estudo citogenético de populações expostas à baixas doses ou concentrações crônicas (ou repetidas) de agentes possivelmente clastogênicos, tem demonstrado ser um dos melhores métodos para o monitoramento biológico. O presente trabalho descreve estudos realizados em células da mucosa bucal e em linfócitos circulantes estimulados com PHA e PWM em 51 indivíduos sem história de exposição a agentes clastogênicos, e 17 funcionários do Hospital de Base do Distrito Federal que manipulam profissionalmente agentes quimioterápicos, e em alguns casos, eventualmente, transportam material radioativo no interior do Hospital. Os resultados demonstraram que: - a população exposta apresentou uma alta frequência de micronúcleos tanto na mucosa bucal como em linfócitos circulantes. - há uma correlação positiva entre o aumento da frequência de micronúcleos em linfócitos de sangue periférico e em células da mucosa bucal. - os linfócitos que respondem à estimulação com PWM constituem uma subpopulação de células mais sensíveis que às que respondem à PHA. - o estudo de micronúcleos, não só evidencia a ação de agentes em contato direto com a mucosa bucal, mas também demonstra a ação de um químico que possa atingir esta área do corpo humano através da circulação. Estes resultados apontam para que este método, rápido e menos dispendioso que o tradicional estudo de linfócitos em sangue periférico, possa ser estabelecido como um método apropriado para o monitoramento de populações humanas. | |