dc.description.abstract | A dispersão de sementes por animais é importante na conservação e regeneração de habitats, para isso, os frutos devem ser oferecidos em quantidade e qualidade suficiente para manter populações locais de frugívoros dispersores. Esse estudo teve como objetivo geral avaliar a oferta de frutos em termos quantitativos e qualitativos para a avifauna frugívora no sub-bosque de um gradiente florestal da Estação Ecológica do Panga (Uberlândia-MG). A fenologia das plantas lenhosas foi observada para avaliar a oferta de frutos maduros em termos de espécies, indivíduos e número total de unidades na área ao longo dos dois anos de estudo, para verificar a sazonalidade na frutificação. Em cada fisionomia, foram feitas observações quinzenais em transectos. Foram registradas 24 espécies (13 famílias, 421 indivíduos). Rubiaceae foi a família mais rica em espécies (n=7). Frutos foram produzidos durante todo ano. No gradiente, o pico de espécies com frutos maduros ocorreu na seca, o pico de indivíduos ocorreu na seca e no inicio da chuva, e a quantidade de frutos também foi maior na seca. A oferta qualitativa foi estimada pela análise de biomassa e teores de água, lipídeos, proteínas e carboidratos em frutos de 11 espécies. As espécies apresentaram diferentes quantidades de biomassa comestível de polpa-casca como recompensa. Para teores de água e nutrientes, as ofertas foram similares, apresentando picos assincrônicos. Somente a oferta de lipídeos foi sazonal e maior na estação chuvosa. A maior oferta de biomassa fresca de frutos maduros ocorreu no Cerradão, sendo também importante para lipídeos e proteínas. As aves que utilizaram os ambientes florestais foram listadas para estimar a ocorrência de potenciais frugívoros. Foram registradas 126 espécies, das quais 75 nas fisionomias florestais. Houve predomínio de onívoros e insetívoros, e poucos frugívoros. Espécies que incluem frutos em sua dieta foram mais comuns no Cerradão. Os principais frugívoros da área pertencem às famílias Pipridae, Turdidae, Psittacidae e Thraupidae. Faramea cyanea e Lacistema hasslerianum, espécies de plantas comuns na área, foram observadas para caracterizar o comportamento da avifauna frugívora. Tyrannidae foi a família mais representativa em espécies para ambas as plantas. Turdidae e Pipridae foram as famílias que incluíam os visitantes mais freqüentes. O número de frutos consumidos proporcional ao tempo de permanência na planta. A tática de forrageamento mais utilizada pelos visitantes de F. cyanea foi poleiro e de L. hasslerianum foi vôo. A estratégia de consumo predominante foi engolidor. Antilophia galeata apresentou o maior potencial dispersor para F. cyanea e para L. hasslerianum. | |