dc.description.abstract | O tamanho dos espaços habitacionais é uma das variáveis com potencial para redução das emissões de gases de efeito estufa do setor da construção, pois sua quantificação determina os padrões de uso de energia e consumo de materiais. Foi
realizada uma investigação dos efeitos da variação dos espaços habitacionais brasileiros no consumo de materiais e emissões de CO2 ao longo do tempo. Para isso,
foi necessário: reconhecer a evolução das características físicas habitacionais ao
longo do tempo; estimar o consumo de materiais e emissões de CO2 da construção anual de residências brasileiras; e modelar cenários que representem o seu estado atual e cenários hipotéticos de redução do tamanho das moradias e desmaterialização
das construções. Foi observada uma tendência em direção a habitações cada vez menores no Brasil, principalmente devido à crise econômica e ao crescente número de unidades de interesse social construídas nos últimos anos. A intensificação da
diminuição de área entre 2022 e 2050 poderia auxiliar no controle de consumo de materiais e emissões de CO2 com reduções de 2% a 8% das emissões totais no
período, mediante decréscimos de área de 10% a 30%, comparativamente ao quadro
atual. Mudanças no consumo de recursos como aumento do market share anual de sistema de projeção mecânica de argamassa de revestimento em 0,5%, de
argamassa estabilizada em 0,3%, ou de concreto usinado e lajes pré-fabricadas em
0,5% e 0,7%, também contribuiriam na mitigação de emissões futuras em 0,1%, 0,2% e 3%, individualmente. Em conjunto, as medidas seriam capazes de controlar até 11% das emissões totais acumuladas nos próximos 28 anos. Para isso é necessário
incentivar a implementação de melhorias no setor construtivo por parte do governo, institutos de pesquisa e academia, consumidores e profissionais. | |