Tesis
Relações entre Humanos e Macacos-prego em um Contexto Urbano no Sul do Brasil.
Registro en:
SUZIN, Adriane. Relações entre Humanos e Macacos-prego em um Contexto Urbano no Sul do Brasil. 2015. 71 p. Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade – Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, 2015.
Autor
Suzin, Adriane
Resumen
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Latino-Americano Ciências da Vida e da Natureza da Universidade Federal da Integração Latino-Americana, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade Orientador: Prof. Dr. Lucas de Moraes Aguiar, Coorientadores: Prof. Dr. Andrea Ciacchi ;Prof. Dr. Michel Varajão Garey As relações entre primatas humanos e não-humanos têm causas e consequências que podem ser abordadas pela Etnoprimatologia, com resultados importantes para a conservação. Nós estudamos as relações entre um grupo de macacos-prego (Sapajus sp.) e humanos moradores do entorno de um pequeno bosque urbano em Foz do Iguaçu, no Sul do Brasil. Comparamos os resultados aqui obtidos sobre as percepções dos moradores com as percepções de visitantes que
foram publicadas anteriormente. Os dados incluem a percepção humana, coletada por meio de formulários semiestruturados, as características das interações que foram obtidas pelo método de todas as ocorrências, e a dieta dos macacos que foi estudada por meio de varreduras instantâneas durante 18 meses. A maioria dos moradores conhece, utiliza e considera o bosque importante, sabe da presença e gosta dos macacos, aponta a insuficiência de alimentos, e mais da metade afirmou já tê-los alimentado. Verificamos que jovens e idosos tendem a afirmar que já alimentaram e interagiram com os macacos, e os primeiros tendem a dizer que reconhecem os macacos individualmente, sabem de visitas de pessoas provenientes de outros lugares no bosque, e confirmam que os macacos vão até as residências vizinhas. Entretanto, independentemente da idade, as pessoas afirmam que o local está sujo e degradado. Ainda, os homens tendem a dizer que já alimentaram os macacos. As interações, iniciadas principalmente pelas pessoas, envolveram majoritariamente comportamentos afiliativos, baseados sobretudo no fornecimento de alimentos. As interações ocorreram principalmente no interior da mata, a curtas distâncias e, principalmente, entre os machos de ambas espécies. O número de interações não diferiu entre os períodos do dia e da semana, contudo, foi maior no outono do que no verão, provavelmente devido ao clima mais ameno. Quanto à dieta, os animais consumiram principalmente alimentos de origem antrópica, e em grande parte os fornecidos diretamente
pelas pessoas. O consumo de itens antrópicos e da mata não variou ao longo das estações. Nossos resultados indicam que os moradores são menos sensíveis à área verde e aos animais do que visitantes, mas independentemente do público, há uma relação positiva entre as pessoas e os macacos, na qual os humanos têm a oportunidade de interagir com a vida selvagem em um contexto urbano e os macacos se beneficiam por obter os alimentos das pessoas. Esta relação favorece a sobrevivência dos macacos-prego neste bosque.