A pesquisa apresentada neste artigo investigou o processo negocial na avaliação de desempenho na visão dos gestores da Superintendência de Recursos Humanos (SRH) da Universidade Federal do Ceará. Teve como objetivo identificar as reais dificuldades na execução das fases B, C e D no processo de avaliação de desempenho (PAD) pelos gestores no âmbito da SRH. A avaliação de desempenho constitui-se numa importante ferramenta gerencial capaz de colaborar com o processo de autocrescimento dos servidores e da Instituição, bem como fornecer elementos importantes para a gestão de pessoas. Os objetivos do processo de avaliação de desempenho incluem, além da aferição do mérito ao servidor no que diz respeito a uma das formas de desenvolvimento na carreira, a busca de soluções de problemas como dificuldades de execução das atividades no setor onde o servidor atua, conflitos nas relações interpessoais, a busca por um ambiente físico saudável e agradável, levantamentos das necessidades de treinamentos e capacitação, elevar a motivação das pessoas e estabelecer um diálogo permanente entre subordinados e gestores. Verificou-se que a avaliação de desempenho tem como desafios a integração da satisfação dos servidores com o comprometimento dos objetivos da Instituição. Daí a importância do processo negocial na avaliação de desempenho neste constante ouvir e saber ouvir estabelecendo-se o poder do diálogo como instrumento de comunicação. Busca-se então um serviço público de qualidade onde o servidor deve ter sempre como princípio o de atender bem a sociedade que dele depende. A pesquisa caracterizou-se como explicativa de natureza quanti-qualitativa e delineamento de estudo de caso. A coleta dos dados foi realizada através de questionário contendo perguntas abertas e fechadas, entrevista e leitura de documentos oficiais. A fundamentação teórica foi enriquecida a partir de autores como Chiavenato, Lucena, Pontes, Bergamini e Beraldo, Marras e por autores consagrados na temática sobre negociação dentre eles Braga, Demari, Zajdsznadjder, Watkins e outros. A pesquisa verificou o desconhecimento por parte de alguns gestores, da utilização do processo negocial como resposta a situações de conflitos e para a construção de possíveis soluções durante o desenrolar das fases da avaliação de desempenho na Superintendência de Recursos Humanos da UFC. Os resultados apontaram para a necessidade de uma releitura do processo de avaliação na própria SRH, especialmente em relação ao cumprimento das fases C e D. As dificuldades para o cumprimento destas foram justificadas pelos gestores como falta de tempo e receio de se indispor com os servidores, mesmo apesar de concordarem que são nas referidas fases em que a negociação de fato deve ocorrer.