A presente monografia visa analisar a relação entre as ações repressivas da ditadura civilmilitar brasileira e a resistência a essas na fronteira geminada de Santana do Livramento (BR) e Rivera (UY), que teve papel de destaque nos acontecimentos que se seguiram à deflagração do golpe no Brasil, visto que figurou como a principal rota de saída do país, utilizada por aqueles que, por diferentes razões, se viram compelidos a deixar o território brasileiro. Isso acabou impactando a região e desencadeando a formação de redes locais de solidariedade e resistência. Nesse sentido, a configuração fronteiriça do Rio Grande do Sul, por um lado, atraiu militantes procedentes de diversas regiões e que necessitavam atravessar a linha divisória internacional, e, por outro, despertou a atenção do aparato repressivo. Optou-se, sobretudo, pelo estudo do período compreendido entre o golpe de Estado de 1964 e o emblemático ano de 1968, que, dentre outras questões, marcou a intervenção ocorrida na região por parte do Conselho de Segurança Nacional. Foram considerados, na análise, as mudanças conjunturais, os agentes fronteiriços de ambos os países e o impacto produzido na região, pensada como marco das conexões estabelecidas regional e internacionalmente.