Trabalho de conclusão de graduação
Os cristãos-novos portugueses e o comércio de escravos no porto de Buenos Aires (c.1595-1640)
Autor
Cunha, Gabriel Torelly Fraga Correa da
Resumen
Entre 1595 e 1640, o Império espanhol buscou regular o fluxo de escravos africanos para suas possessões americanas por meio da concessão de contratos monopolistas. Durante todo o período, os comerciantes cristãos-novos portugueses foram os maiores arrematadores dos contratos, controlando o comércio negreiro e dinamizando as rotas escravistas afro-americanas. O presente trabalho tem por objetivo analisar as redes de relações tramadas por mercadores cristãos-novos portugueses ligados ao tráfico transatlântico de escravos, tomando como ponto de referência principal a cidade portuária de Buenos Aires, onde os lusitanos articularam um intenso comércio de contrabando e relações de cumplicidade com hispano-americanos. Considerando que o estatuto de cristão-novo era resultado das hierarquias de uma sociedade de Antigo Regime, buscamos refletir sobre as consequências dos arranjos sociais excludentes do universo peninsular na composição das redes de comércio no espaço ultramarino. Between 1595 and 1640, the Spanish Empire intended to regulate the African slave trade to its American possessions through concessions of monopoly contracts. During this period, Portuguese New-Christian merchants were the greatest contract outbidders, controlling the slave trade and dynimizing African-American slave routes. Our goal is to analyze the networks developed by Portuguese New-Christian traders connected to the transatlantic slave trade, taking the city of Buenos Aires as the main point of reference, where the Portuguese articulated an intense smuggling commerce and complicity relationships with Hispanic-Americans. Considering that the new- Christian’s status was a result of hierarchies of an Ancient Regime’s society, we try to evaluate the consequences of socially excluding arrangements of the peninsular universe in the composition of overseas trade networks.