Trabalho de conclusão de graduação
A intertextualidade e a dramatização da história em Ulrike Maria Stuart, de Elfride Jelinek
Autor
Castro, Jéssica Fraga de
Resumen
Este trabalho propõe-se a analisar a peça Ulrike Maria Stuart, da escritora austríaca Elfriede Jelinek, e discutir como se dão as relações intertextuais apresentadas por esta, bem como o processo de dramatização de relevantes processos históricos no contexto da Europa Ocidental, mais especificamente na Alemanha contemporânea. A peça, realizada segundo os parâmetros do teatro pós-dramático, apresenta a disputa entre Ulrike Meinhof, ex-jornalista de esquerda, e Gudrun Ensslin, estudante de literatura, pela liderança da Rote Armee Fraktion (RAF), em português, Fração do Exército Vermelho, grupo de luta armada de extrema esquerda fundado na Alemanha Ocidental, em 1970. Este conflito central é construído com base no mote da clássica peça de Friedrich Schiller, Maria Stuart. Assim, Jelinek entrelaça estas referências, literárias e históricas, a partir da comparação entre o imaginário construído pela mídia alemã a respeito das líderes da RAF e as personagens da peça de Schiller, utilizando-se de recursos cênicos e mediais durante a montagem da peça. Outro aspecto discutido neste trabalho é a questão das relações de poder e da violência feminina, através da explanação do universo ficcional de Jelinek, e então como Ulrike Maria Stuart insere-se neste, e a construção da imagem das líderes da RAF pela mídia para melhor compreensão das referências intertextuais apresentadas ao longo do espetáculo. This study aims to examine the play Ulrike Maria Stuart, written by Austrian author Elfriede Jelinek, and discuss how the intertextual relations presented by this are given, as well as the dramatization of some historical processes, relevant in the context of Western Europe, specifically in contemporary Germany. The play, performed according to the paramethers of post-dramatic theater, presents the contest between Ulrike Meinhof, a former leftist journalist, and Gudrun Ensslin, a Literature student, for the leadership of the Rote Armee Fraktion (RAF) – the Red Army Faction – an urban guerilla group founded in West Germany in 1970. This central conflict, in Jelinek‟s play, is built on the motto of Friedrich Schiller‟s Mary Stuart. Thus, Jelinek interweaves these literary and historical references from the comparison between the imaginary built by German media about the leaders of the RAF and the characters in Maria Stuart, using scenic and medial resources during the assembly of the part. Another aspect discussed in this work is the question of power relations and female violence, through the investigation of Jelinek‟s ficcional universe, and then as Ulrike Maria Stuart fits into this, and the building of the image of RAF leaders by the media as a way of better understand the intertextual references presented throughout the play.