Dissertação
Concordância entre os métodos de avaliação nutricional em crianças e adolescentes com paralisia cerebral
Autor
Mota, Marília Alonso
Resumen
Objetivos: Verificar a concordância entre as curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) às curvas específicas para crianças com paralisia cerebral (PC); verificar a concordância entre o diagnóstico nutricional das curvas específicas e prega cutânea tricipital (PCT) e circunferência do braço (CB); Avaliar a concordância entre altura aferida e altura estimada por equação em crianças com PC; Verificar a concordância do diagnóstico nutricional através das curvas de portadores de PC com anemia, deficiência de ferro, hipoalbuminemia e raquitismo; Verificar a correlação entre o valor energético da ingestão alimentar e taxa metabólica basal obtida através da bioimpedância elétrica. Métodos: Foi estudado antropometria, altura estimada, capacidade funcional, exames laboratoriais, bioimpedância elétrica e aplicado o recordatório alimentar de 24 horas nas crianças e adolescentes portadores de (PC). O estudo foi realizado com pacientes com diagnóstico de PC de um hospital escola. Para a análise estatística foram utilizados Kappa, teste de Wilcoxom, gráfico de Bland & Altman e Mcnemar, teste qui-quadrado e coeficiente de Spearmann. O estudo obteve a aprovação do Comitê Ética e Pesquisa sob o número 08-569. Resultados: Foram avaliados 47 pacientes, cuja idade mediana foi 6,5 anos (IQ: 3,9 – 9,6). As curvas da OMS/CDC classificaram mais pacientes “com déficit nutricional” do que a curva específica para PC (para todos os parâmetros κ ≤0,49; P≤0,26). A CB e PCT superestimaram a ocorrência de “Com déficit nutricional” (k ≤ 0,71; P ≤ 0,46 para todas as concordâncias). Para a concordância entre as alturas a mediana de diferença foi de – 0,38 (IQ: -2,61 – 3,32) cm. Em 40,4% dos participantes a altura estimada errou em mais de 3 cm (para mais ou para menos) o valor da altura aferida. Não se obteve concordância entre o estado nutricional e presença de anemia, deficiência de ferro, hipoalbuminemia e raquitismo(p≤1 para todas concordâncias). Não houve correlação entre a taxa metabólica basal e a ingestão alimentar. Conclusão: Os métodos de avaliação nutricional que se baseiam em crianças saudáveis superestimam o diagnóstico de déficit nutricional em crianças com PC. Mas independente de seu estado nutricional, em sua maioria, apresentam anemia ou deficiência de ferro. Além disso, apresentam uma alta ingestão alimentar em relação a baixa taxa metabólica basal. Objectives: To determine the agreement between the curves of the World Health Organization (WHO) and Centers for Disease Control and Prevention (CDC) to specific curves for children with CP and check the agreement between the nutritional diagnosis of the specific curves and triceps skinfold (TSF) and arm circumference (AC); evaluate the agreement between measured height and height estimated by the equation in children with CP; determine the agreement of nutritional diagnosis through curves of CP patients with anemia, iron deficiency, and hypoalbuminemia raquitismoa; correlation between the energy value of food intake and basal metabolic rate obtained by bioelectrical impedance. Methods: We studied anthropometry, estimated height, functional capacity, laboratory tests, bioelectrical impedance analysis and applied the 24-hour dietary recall in children and adolescents with CP. The study was conducted with the population of PC in a university hospital. For statistical analysis we used Kappa, Wilcoxon test, Bland & Altman and McNemar test, Chi-square and Spearman coefficient. The study was approved by the Research Ethics Committee. Results: We evaluated 47 patients whose age was 6.5 years (IQ: 3.9 - 9.6). The curves of the WHO / CDC classified more patients “nutritional deficit" than the specific curve for PC (for all parameters κ ≤ 0.49, P ≤ 0.26). AC TSF and overestimated the occurrence of "with nutritional deficit" (k ≤ 0.71, P ≤ 0.46 for all matches). For agreement between the heights of the median difference was - 0.38 (IQ: -2.61 - 3.32) cm. In 40.4% of participants estimated the time missed by more than 3 cm (more or less) the value of the height measured. No agreement was obtained between nutritional status and presence of anemia, iron deficiency, rickets and hypoalbuminemia (p ≤ 1 for all matches). There was no correlation between basal metabolic rate and food intake. Conclusion: The nutritional assessment methods that rely on healthy children overestimate the diagnosis of malnutrition in children with CP. But regardless of their nutritional status, most of them have anemia or iron deficiency. They will also have a high feed intake in relation to low basal metabolic rate.