Trabalho de conclusão de graduação
Aspectos dietéticos e ambientais no desencadeamento de migrâneas
Autor
Rockett, Fernanda Camboim
Resumen
INTRODUÇÃO: A migrânea, um distúrbio neurológico de elevada prevalência, pode ter crises desencadeadas por diversos fatores sendo a significância destes controversa, de avaliação complexa e inconclusiva. OBJETIVO: Revisar criticamente a literatura e avaliar a frequência de fatores desencadeantes de crises conhecidos/vivenciados por migranosos ambulatoriais. MÉTODOS: Busca em bases de dados de descritores relacionados especificamente à dieta vinculados à migrânea e categorização dos mesmos. A freqüência destes fatores em pacientes foi avaliada por meio de estudo transversal envolvendo 142 pacientes adultos, utilizando lista pré-determinada com 36 itens. RESULTADOS: 43 artigos revisados, dentre estes, 16 populacionais, 10 com intervenções ou prospectivos observacionais e 17 retrospectivos, sugerem limitações para conclusões apuradas pela carência de estudos prospectivos e delineamentos claros. O estudo transversal mostrou predominância do sexo feminino, migrânea sem aura, intensidade grave, realização de profilaxia medicamentosa e excesso de peso. Fatores mais representados são o estresse e o jejum e, entre os que desencadeiam crises sempre que experimentados, destacam-se os ambientais/hormonais. Frequencias elevadas de pacientes relatam sensibilidade ≥5 fatores e apenas 3,5% não apresenta sensibilidade a fator dietético. O desconhecimento quanto aos potenciais desencadeantes se eleva para mais de 35% dos pacientes com comportamento similar entre dietéticos/não dietéticos. CONCLUSÃO: A elevada frequência de fatores desencadeantes detectada na literatura e no presente estudo alerta para a importância do reconhecimento dos mesmos no manejo dos migranosos. Estas evidências ainda precisam ser acumuladas relativamente à grande parte dos potenciais fatores por meio de estudos populacionais e prospectivos com e sem intervenções. INTRODUCTION: Migaine, a neurological disorder with high prevalence, can have attacks triggered by several factors and the significance of these is controversial, with complex assessment and inconclusive. OBJECTIVE: Critically review the literature and evaluate the frequency of triggers of attacks known/experienced by migraine outpatients. METHODS: Search in databases of descriptors specifically related to diet linked to migraine and categorizing them. The frequency of these factors in patients was assessed through cross-sectional study involving 142 adult patients, using pre-determined list of 36 items. RESULTS: 43 articles reviewed, among these, 16 were population studies, 10 involved interventions or observational prospectives and 17 were retrospective, suggests limitations to conclusions reached by the lack of foresight and outlines clear. The cross-sectional study showed a predominance of female, migraine without aura, severe intensity, achievement of drug prophylaxis and overweight. Factors more represented are stress and fasting and, between the crises that trigger whenever tried, we highlight the environmental/hormonal. High frequencies of patients report sensitivity ≥ 5 factors and 3.5% shows no sensitivity to dietary factor. Ignorance about the potential triggers rises to over 35% of patients with similar behavior between dietary/nondietary. CONCLUSION: The high frequency of precipitating factors found in literature and in this study emphasizes the importance of recognizing themselves in the management of migraine. This evidence must still be accumulated for the vast part of the potential factors through population studies and prospective studies with and without interventions.