Artigo de periódico
Estratégias de coping e estilo atribucional de crianças em eventos estressantes
Coping strategies and attributional styles of children facing stressful events
Autor
Dell'Aglio, Debora Dalbosco
Hutz, Claudio Simon
Resumen
Este estudo investigou estratégias de coping, definidas como esforços cognitivos e comportamentais utilizados frente a circunstâncias adversas, e o estilo atribucional de crianças de oito a dez anos. As crianças foram entrevistadas e suas respostas permitiram identificar 100 eventos, as estratégias utilizadas pelas crianças para lidarem com a situação estressante e suas atribuições causais para a ocorr ência do evento. Os resultados indicaram uma utilização preferencial de estratégias de busca de apoio social e de ação agressiva frente ao conflito. Como estratégia alternativa, as crianças apontaram preferência pela estratégia de ação direta. A distração foi a estratégia mais utilizada para lidar com as emoções desencadeadas pelo evento. Nos eventos que envolveram conflitos com adultos, as estratégias de ação direta, evitação e aceitação foram mais utilizadas, enquanto que com pares as estratégias de ação agressiva e busca de apoio social foram mais freqüentes. Não foram encontradas relações significativas entre as estratégias de coping e estilo atribucional. Os resultados deste estudo reforçam a posição de que as estratégias de coping não são simplesmente disposicionais, mas determinadas pelo contexto do evento estressante. This study investigated coping strategies, defined as cognitive and behavioral efforts to deal with stressful situations, and the attributional styles utilized by 8-10 year-old children. The children were interviewed and their responses led to the identification of 100 stressful events, the strategies they employed to deal with theses events, and their causal attributions for the events. The results indicated that the strategies children used more often to deal with conflict were to look for social support and aggressive actions. As an alternative strategy, the children indicated a preference for direct action. Distraction was the main strategy to deal with emotions elicited by the event. Direct action, avoidance, and acceptance strategies were more used in situations involving conflicts with adults, while aggressive actions and seeking social support were more frequent in situations involving peers. No significant differences were identified between coping strategies and attributional styles. The results of this study support the hypothesis that coping strategies are not dispositional and that they seem to be determined by the context of the event.