Artigo de periódico
O volume expiratório forçado no primeiro segundo não é suficiente para avaliar resposta broncodilatorada em doença pulmonar obstrutiva crônica
Measuring forced expiratory volume in one second alone is not an accurate method of assessing response to bronchodilators in chronic obstructive pulmonary disease
Autor
Tavares, Felícia de Moraes Branco
Silva, Luiz Carlos Corrêa da
Rubin, Adalberto Sperb
Resumen
Objetivo: Avaliar a freqüência de variação no volume expiratório forçado no primeiro segundo após o uso de broncodilatador, em uma amostra de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Correlacioná-la com dados clínicos e demográficos e avaliar a freqüência de resposta na capacidade vital forçada, capacidade vital lenta, capacidade inspiratória, volume residual, resistência das vias áreas e condutância das vias aéreas. Métodos: Sessenta e quatro pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica foram submetidos a pletismografia de corpo inteiro e foi medida a reversibilidade da broncoconstrição após o uso de 400 μg de fenoterol. Resultados: Tiveram resposta no volume expiratório forçado no primeiro segundo 31% dos pacientes. Excluindo-se os pacientes com resposta no volume expiratório forçado no primeiro segundo, 5% tiveram resposta em 5 dos demais parâmetros, 10% responderam em 4 parâmetros, 17,5% em 3, 27,5% em 2 e 25% em apenas 1 parâmetro. Conclusão: Os volumes pulmonares estáticos, a resistência e a condutância das vias aéreas, quando incluídos na avaliação da resposta ao broncodilatador juntamente com o volume expiratório forçado no primeiro segundo, permitem avaliar com maior amplitude o número de pacientes com resposta funcional à prova farmacodinâmica. Os resultados estão de acordo com a observação de que muitos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica, mesmo sem melhora no volume expiratório forçado no primeiro segundo após o uso de broncodilatador, apresentam melhora clínica e alívio da dispnéia. Objective: To assess the frequency of variation in forced expiratory volume in one second after bronchodilator use in a sample of patients with chronic obstructive pulmonary disease, correlating such variation with clinical and demographic variables and evaluating the frequency of response presented in forced vital capacity, slow vital capacity, inspiratory capacity, residual volume, airway resistance and specific airway conductance. Methods: A total of 64 patients with chronic obstructive pulmonary disease were submitted to whole body plethysmography, and reversibility of bronchoconstriction after the administration 400 μg of fenoterol was quantified. Results: A response in forced expiratory volume in one second was observed in 31% of the patients. Excluding patients presenting a response in forced expiratory volume in one second, 5% presented responses in 5 of the other 6 parameters, 10% presented responses in 4 parameters, 17.5% in 3 parameters, 27.5% in 2 parameters, and 25% in only 1 parameter. Conclusion: When included in the evaluation of bronchodilator response together with forced expiratory volume in one second, static lung volumes, airway resistance and airway conductance allowed a broader evaluation of those patients presenting a functional pharmacodynamic response. These results are in accordance with the observation that bronchodilator use provides clinical improvement and relief of dyspnea to many patients with chronic obstructive pulmonary disease, even to those in whom such treatment leads to no improvement in forced expiratory volume in one second.