Tesis
Ativismo feminista transnacional contra a ocupação israelense da Palestina: mulheres combatendo o militarismo masculinizado, promovendo a paz e a transformação das relações de gênero
Autor
Rusansky, Tamara
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Relações Internacionais. Com base nos estudos de caso de três redes feministas com escopo internacional, Coalition of Women for Peace, CODEPINK e Women in Black, o presente trabalho analisa o ativismo feminista e antimilitarista empreendido por redes de mulheres de paz contra a ocupação israelense da Palestina. Esta ocupação, vista desde uma perspectiva feminista, representa um sistema militarizado e opressor que perpetua a marginalização das mulheres. O foco do trabalho é colocado simultaneamente na articulação transnacional feminista das redes ativistas e na organização de mulheres – como mulheres – mobilizando sua identidade de gênero, para se opor ao militarismo e promover a paz. Dessa forma, questiona-se por um lado as motivações que levam ativistas feministas a se articularem transnacionalmente na luta contra a ocupação e as estratégias empregadas para tal, e por outro as relações entre as mulheres e a promoção da paz. Redes feministas de paz postulam que as relações de gênero são relações de poder caracterizadas pela dominação do feminino pelo masculino, que ao mesmo tempo reproduzem e são reproduzidas pela guerra e militarização. Assim, as ativistas baseiam-se em sua experiência como mulheres e sustentam que transformar as relações de gênero é importante recurso para a paz. Motivadas pela solidariedade feminista transnacional, essas redes de mulheres se conectam através das fronteiras em torno ao objetivo comum de acabar com a ocupação israelense e com a marginalização das mulheres. Mobilizando-se como mulheres, ativistas feministas mostram que a luta contra a ocupação israelense é uma luta de mulheres em nível transnacional: uma luta contra o militarismo masculinizado, pela transformação das relações de gênero assimétricas e pela paz.