Tesis
Lesões proliferativas não neoplásicas: estudo epidemiológico
Autor
Longo, Lunardo
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Odontologia. As lesões proliferativas não neoplásicas (LPNN) ocorrem com grande frequência na cavidade oral. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento da casuística dos casos de hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI), granuloma piogênico (GP), fibroma de células gigantes (FCG), fibroma ossificante periférico (FOP) e lesão periférica de células gigantes (LPCG) diagnosticados pelo Laboratório de Patologia Bucal da Universidade Federal de Santa Catarina (LBP-UFSC) desde a sua fundação (2006) até dezembro de 2015. Os dados pesquisados foram em relação aos pacientes: gênero, idade, etnia, faixa etária; em relação às lesões: localização, tamanho e coloração da lesão. Também foram avaliados os fatores etiológicos relacionados às lesões e a concordância entre diagnóstico clínico e histológico. Através do levantamento de 2400 laudos histopatológicos arquivados no LPB-UFSC, foram selecionados 534 casos de LPNN, representando 22,25% do número total de diagnósticos. A lesão mais frequente foi a HFI, seguida de GP, FCG, FOP e LPCG. A maioria das lesões ocorreu em pacientes do sexo feminino, com exceção da LPCG que ocorreu mais em homens. A localização preferencial para as lesões foi gengiva/rebordo alveolar. Apenas o FCG teve como localização preferencial a língua. Com relação à prevalência por faixa etária, os casos de HFI ocorreram em pacientes mais velhos, entre 5ª e 7ª décadas de vida, os casos de FCG em pacientes entre a 3ª e 4ª décadas, o FOP entre 4ª e 5ª décadas, o GP entre 1ª e 6ª décadas e os casos de LPCG ocorreram em pacientes mais jovens entre 1ª e 2ª décadas. As lesões de HFI geralmente apresentaram até 1cm no maior diâmetro e com coloração semelhante a da mucosa. O fator etiológico mais frequente para essa lesão foi a presença de próteses mal adaptadas. Os casos de GP tiveram geralmente diâmetro entre 1 e 2 cm , com coloração predominantemente avermelhada, aparecendo o traumatismo crônico como o principal fator etiológico. Em 11,11% dos casos de GP a paciente era gestante. Os casos de FCG se apresentaram como lesões pequenas (menores que 0,5cm) com a mesma coloração da mucosa. O FOP e a LPCG geralmente apresentaram entre 1 e 2 cm de diâmetro, sendo o FOP usualmente de coloração igual a da mucosa ou avermelhada e a LPCG de coloração predominantemente arroxeada. O principal fator etiológico para o FOP foi a presença de placa bacteriana. A maioria das lesões apresentou concordância entre o diagnóstico histológico e clínico, sendo essa concordância maior para os casos de HFI. Apenas os casos de FCG apresentaram baixa concordância nos diagnósticos. De acordo com os nossos resultados as LPNN são lesões comuns na prática odontológica e o conhecimento das características clínicas das mesmas auxilia no diagnóstico presuntivo e identificação dos fatores etiológicos que as causam, favorecendo dessa forma o tratamento adequado e prognóstico favorável. The non-neoplastic proliferative lesions occur in a high frequency in the oral cavity. The objective of this study was analyse the concordance between clinical and histopathological diagnostic in the cases of inflammatory fibrous hyperplasia, pyogenic granuloma, giant cell fibroma, peripheral ossifying fibroma and peripheral lesion of giant cells in the Laboratory of Oral Pathology of the University of Santa Catarina (LBP-UFSC) since it’s foundation (2006) until december of 2015. The data analysis related to the patients included several topics like gender, age, ethnicity and age group. Similarly it was analyzed some other topics related to the lesions like etiological factors and concordance between clinical and histopathological diagnostic. Thru a survey of 2400 reports from LBP-UFSC, it was selected 534 cases of non-neoplastic proliferative lesions, representing 22,25% of all diagnostics of the entire LPB. The most frequent lesion was the inflammatory fibrous hyperplasia, followed by pyogenic granuloma, giant cell fibroma, peripheral ossifying fibroma and peripheral lesion of giant cells. Most of the lesions occurred in female patients, except for the peripheral ossifying fibroma which occurred more frequently in males. The most frequent site was gingival and alveolar ridge, except for peripheral ossifying fibroma which was registered mainly in tongue. The inflammatory fibrous hyperplasia was more frequently registered in elderly patients, especially those between the 5th and 7th decade of life, while the giant cell fibroma cases occurred more frequently between the 3rd and 4th decade and the pyogenic granuloma between the 1st and 6th decades. The peripheral lesion of giant cells occurred more frequently in younger patients between the 1st and 2nd decade. According to our records the inflammatory fibrous hyperplasia size was generally smaller than 1 cm and presenting a soft tissue normal coloration. The most frequent etiological factor registered for this lesion was oral prosthesis. The recorded pyogenic granuloma size was usually between 1 and 2 cm, reddish colored, presenting chronicle traumatism as main etiological factor. It was registered 11,11% of pyogenic granuloma cases in pregnant women. The giant cell fibroma presented mostly as small lesions (smaller than 0,5 cm) and colored similarly to the oral mucosa. The peripheral ossifying fibroma and the peripheral lesion of giant cells usually presented between 1 and 2 cm, being the peripheral ossifying fibroma similarly colored to the oral mucosa while the peripheral lesion of giant cells was frequently purplish. The peripheral ossifying fibroma main etiological factor was bacterial plaque. Mostly of the analyzed lesions presented concordance between clinical and histopatological diagnostic, being this concordance greater for inflammatory fibrous hyperplasia. Only the giant cell fibroma reported low concordance between diagnostics. According to our results the non-neoplastic lesions are very frequent in the odontological practice and the knowledge about their clinical characteristics helps to provide a clearly diagnostic and find the etiological factors related to their development, therefore helping to offer an adequate treatment and positive prognostic.