Tesis
Enredos, desenredos e segredos
Autor
Caneparo, Karin Cristina
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2015. Este estudo buscou compreender de que maneira o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) desencadeia suas ações e de que maneira é possível relacionar este movimento com os jovens que a ele integram. Os dados do perfil do jovem e da sua adesão no universo do crime organizado foram obtidos por meio de suas narrativas e trajetórias, visando desenvolver análise crítico-reflexiva sobre a estrutura e participação no PGC, bem como a forma como as ações são propagadas pelos integrantes desta facção criminosa, em Santa Catarina. Tendo como foco os jovens detentos, investigou-se a presença de argumentações políticas formadas pela sua consciência material e simbólica. De natureza quanti-qualitativa a pesquisa teve caráter exploratório e descritivo, desenvolvida nos anos de 2013 e 2014 por meio da coleta de dados primários e secundários, com observação direta e participante junto aos jovens detentos e servidores do Complexo Penitenciário da Trindade (CPT), e ao Departamento de Administração Prisional (DEAP), em Florianópolis, Santa Catarina e aos jovens egressos do Sistema Penal. O estudo demonstrou que os projetos de vida dos jovens só adquirem sentido no tempo presente e por isso, esse tempo precisa ser significado na sua relação com o passado e o futuro. Enfatizando o eixo: juventude e crime organizado, o antes, o durante e o depois do aprisionamento foi possível concluir que a sobrevivência de determinados organismos considerados paralelos, ou ainda ilícitos, perpassa o código de ética impresso nas relações entre seus membros, reforça ações e estruturas pré-determinadas pelo crime organizado, com isso, o egresso membro do PGC, ao sair da carceragem, deverá prestar favores e  apoiar os demais  irmãos , quando necessário for. Ou seja, a existência e a permanência da estrutura do PGC necessita da atuação de membros que não estão sob privação de liberdade, sendo que sua força concentra-se, justamente, na ação dos egressos e indivíduos que se relacionam com eles  fora da prisão .<br> Abstract : This study aims to understand how the First Santa Catarina Group (PGC) triggers their actions and how this movement can be related with the youth that comprise it. The young profile data and their membership in the universe of organized crime were obtained through their narratives and trajectories, in order to develop a critical and reflective analysis on how the actions are propagated by members of this criminal group in Santa Catarina, and investigate the presence of political arguments formed by material and symbolic consciousness of the detainees, focusing on young people. A study of quantitative and qualitative nature of exploratory and descriptive characteristics was developed in the years 2013 and 2014, through the collection of secondary data from the Department of Prison Administration (DEAP); direct, indirect and by participant observation research, together with the young prisoners and staff members in the Penitentiary of the Trindade (CPT), in Florianópolis, Santa Catarina and young graduates of the Penal System. This study demonstrates that the life projects of young people only make sense in the present time and so this time must be meaning in its relationship with the past and the future, so the emphasis is placed around the axis: youth and organized crime, before, during and after imprisonment. It was concluded that the survival of certain organisms considered parallel, or illegal, moves through the ethical code present in relations between its members and actions and reinforced by their predetermined organized crime structures. PGC members who had left the incarceration, thereby egress, should provide favors and  support the other  brothers when necessary. Therefore, the existence and permanence of PGC structures requires the performance of members who are not under deprivation of liberty, and, its strength, focuses precisely on the action of egresses and individuals who relate to them,  out of prison .