Otro
Quando ouvir é o melhor caminho: percepções e aprendizados no Projeto Rondon - Operação Jenipapo/2015
Autor
Sena, Aline de
Caneppele, Jean Carlo Gessi
Martins, Aline Blaya
Caríssimi, André Silva
Institución
Resumen
Trabalho apresentado no II Congresso Nacional do PROJETO RONDON, realizado em Florianópolis, SC, no período de 23 a 25 de setembro de 2015 - Universidade Federal de Santa Catarina. O presente trabalho visa reforçar a importância do ato de ouvir, durante as operações do Projeto Rondon, despindo-se de ideias pré-concebidas e focalizando na imersão e valorização da cultura e cidadãos locais. Consideramos que a partir da escuta e do compartilhamento de histórias, vivências, emoções e sentimentos é que os indivíduos tornam-se sujeitos da ação e as percepções da realidade local são formadas. Projetar-se como ouvinte, se constitui na forma mais abrangente de troca de aprendizados e de modificação pessoal no Projeto Rondon, este que visa, através da atuação de universitários, promover o desenvolvimento sustentável das comunidades e o bem-estar da população. Para cada operação do Projeto Rondon, são elaboradas, pelos universitários, atividades que buscam contemplar os conjuntos norteadores A ou B - Conjunto A: cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde; Conjunto B: comunicação, tecnologia e produção, meio ambiente e trabalho. Porém, de nada adiantará a realização destas, se não forem condizentes com a realidade onde os grupos estarão inseridos. A ideia de “levar conhecimento”, é uma forma de praticar a imposição indireta de uma cultura sobre a outra e remete ao ato de colonização, o que não se aplica à proposta do Rondon. A disposição em ouvir, a atenção dada ao outro e o olhar delicado e observador, abandonando conceitos pré-concebidos ao longo da vida, confluem na elaboração de uma experiência sólida e única que impactará emocionalmente cada um dos atores envolvidos na operação, bem como, a escuta servirá de estratégia de construção de vínculo, afeto, humanidade e poderá contribuir para a construção coletiva, a emancipação e a formação dos multiplicadores. A linha entre escuta, percepção, observação, atenção, cuidado e aprendizagem é extremamente tênue e todos estes conceitos trabalham juntos para modificar a forma de ver o mundo e estreitar laços entre rondonistas e cidadãos locais, independente de sua origem. Este é o maior trunfo do Projeto Rondon - a interação cultural. Reiteramos que o ato de ouvir contribui tanto para enriquecer as experiências vividas durante a operação, como para impactar pessoalmente cada um dos sujeitos que dela participou. Além disso, as atividades tornam-se mais coerentes com as demandas da comunidade local, alcançando-se, com maior eficiência, os objetivos preconizados pelo Projeto Rondon.