Tesis
Dinâmica populacional de cachorros domésticos de vida livre na Universidade Federal de Santa Catarina
Autor
Mauricio, Leticia Santos
Institución
Resumen
TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia. Cães de vida livre são responsáveis por grandes riscos à saúde
humana devido a mordidas e transmissão de doenças contagiosas, tais
como raiva, leishmaniose e leptospirose, e acabaram se tornando um dos
grandes problemas das cidades modernas. Porém estudos acerca do
tamanho e flutuação das populações de cães domésticos e de vida livre
são escassos. Atualmente sugere-se que o ambiente, natural ou
urbanizado, é o principal fator controlador do tamanho da população de
cães. O objetivo do trabalho foi avaliar a flutuação da população dos
cães de vida livre associados a fatores intrínsecos e extrínsecos no
campus da Universidade Federal de Santa Catarina ao longo de 12
meses entre os meses de outubro de 2010 e outubro de 2011, fornecendo
subsídios para proposição de medidas de manejo. As amostragens
mensais, através do método de captura-marcação-recaptura, tiveram
quatro dias de duração sendo utilizados registros fotográficos para a
“captura” dos cães ao longo de transecções pré-estabelecidas. O pico
populacional ocorreu no mês de abril, com uma estimativa de 20
indivíduos. Verificou-se aumento da abundância populacional
relacionado ao aumento da taxa de recrutamento mensal (rs= 0,7119; p=
0,0094). O número de indivíduos residentes foi maior que o de
transeuntes (X²cy= 8,33; p= 0,039). Não se verificou relação entre a
abundância da população e os fatores temperatura, pluviosidade,
tamanho de grupo e disponibilidade de alimentos. Do mesmo modo, a
castração não foi preferencial para um dos sexos (p=1,000), entretanto
houve diferença significativa entre indivíduos residentes castrados (16)
e não castrados (5) em relação aos indivíduos transeuntes (0) castrados e
não castrados (6) (p=0,0016). Também não foi verificada relação entre a
proporção de fêmeas castradas e o tamanho populacional de fêmeas (rs=
0,2658; p= 0,4036), nem de fêmeas não castradas e a população total de
fêmeas (rs= 0,2658; p= 0,4036), bem como de machos castrados e o
tamanho total de machos (rs=0,4461; p= 0,1460) e de machos não
castrados e o tamanho da população de machos (rs = 0,4461; p=
0.1460). A probabilidade de emigração temporária foi de 10%, enquanto
a probabilidade de retorno foi de 74%. A população canina de vida livre
do campus da Universidade Federal de Santa Catarina é caracterizada
pela presença de indivíduos em sua maioria adultos, castrados,
residentes, com proporção sexual homogênea, sendo estimados mais
machos que fêmeas ao longo do estudo. Sugere-se como medidas de
manejo a conscientização da população acerca do conceito de guarda
responsável e o controle populacional dos cães de vida livre através da
castração