Tesis
Efeitos da exposição aguda ao selênio e ao cobre sobre as defesas antioxidantes de mexilhões marinhos Perna perna
Autor
Silva, Marcella Uliano da
Institución
Resumen
TCC(graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências Biológicas. Biologia. Embora muitos metais, como o cobre, sejam essenciais para os organismos, o seu uso industrial e
na agricultura tem levado a um aumento de sua concentração na natureza. Uma vez em altas
concentrações, este metal pode tornar-se tóxico e ameaçar a saúde de organismos marinhos.
Além disso, em corpos aquáticos, é freqüentemente relatada a presença de compostos protetores,
como o selênio. Desta forma, este trabalho foi dividido em duas partes: na primeira, mexilhões
Perna perna foram expostos a diversas concentrações de cobre por 96 horas, a fim de se ter uma
estimativa da toxicidade deste metal. A concentração letal 50% em 96 horas foi de 245 μgl-1
(CL50,96h) e a maior concentração sem efeito foi a de 80 μgl-1 (CL0,96h). Após esta etapa, os
animais foram expostos à 30, 60, 180 e 540 μgl-1 de cobre, a fim de determinar danos oxidativos
em brânquias. Houve um aumento nos níveis de glutationa total para todas as concentrações
testadas, exceto para 30 μgl-1. A atividade da enzima glutationa redutase foi menor nos animais
expostos a 540 μgl-1, e a atividade da tioredoxina redutase foi menor em todas as concentrações
exceto na de 60 μgl-1. Não foi detectada nenhuma alteração significativa na atividade das
enzimas catalase e glutationa S-transferase. Houve um aumento no índice de dano no DNA de
hemócitos de animais expostos a 180 e 540 μgl-1. Na segunda parte deste trabalho, mexilhões
Perna perna foram expostos a 8 μgl-1 de selênio por 72 horas e mantidos por mais 72 horas,
quando as análises bioquímicas foram realizadas. Após este período, enzimas antioxidantes e o
estado tiólico foram mensurados nas brânquias destes animais. Nenhuma diferença significativa
foi encontrada na atividade das enzimas glutationa redutase, tioredoxina redutase, glutationa
peroxidase dependente de selênio e glutationa S-transferase. Os níveis de glutationa e tióis
protéicos também não foram alterados pelo tratamento com selênio. Estes resultados demonstram
que o cobre tem ação pró-oxidante em brânquias de mexilhões Perna perna, uma vez que causa
dano ao DNA e diminui a atividade das enzimas glutationa redutase e tioredoxina redutase. Por
outro lado, os níveis aumentados de glutationa parecem ser uma resposta de proteção contra os
efeitos deletérios gerados pela exposição ao cobre. Além disso, este estudo demonstrou que
exposição ao selênio não causa alteração em várias defesas antioxidantes na brânquia do
mexilhão Perna perna. Estes dados diferem daqueles encontrados por outros autores que
estudaram exposição ao selênio no mexilhão Mytilus edulis. Desta forma, pode-se concluir que a
exposição ao selênio leva a respostas antioxidantes diferentes entre espécies que habitam clima
temperado e subtropical. Although some heavy metals as copper have real importance for organisms, the industrial and
agricultural use has increased its release in the environment. Once in excess this metal can turn
to be toxic and hazard the marine organisms. Besides that, the presence of protective compounds
such as selenium in the aquatic environment has been reported. In this way, this work was
divided in two parts. At the first one, Perna perna mussels were expose to several
concentrations of copper during 96 hours to estimate the toxicity of this metal. The 50% lethal
concentration found for 96 hours exposure was 245μgl-1 (CL50,96h) and the highest concentration
without effect was 60 μgl-1 (CL0,96h). Afterwards the mussels were exposed to 30, 60, 180 and
540 μgl-1 of copper to determine the oxidative damage caused on gills. There was an increase in
glutathione levels for all the concentrations tested except for 30 μgl-1. The glutathione reductase
activity was lower in animals exposed to 540 μl-1 and the thioredoxin reductase activity was
lower for all concentrations tested except for 60 μgl-1. No changes were found in catalase and
glutathione S-transferase enzyme activities. There was an increase in DNA damage index in
haemocytes of animals exposed to 180 and 540 μgl-1. At the second part of this study, Perna
perna were exposed to 8 μgl-1 of selenium for 72 hours and left for more 72 hours in clean sea
water when the biochemical analyses were carried out. After this period, antioxidant enzymes
and the thiolic status were measured on gills. No significant differences were found in the
activity of glutathione reductase, thioredoxin reductase, selenium dependent glutathione
peroxidase and glutathione S-transferase. An addition, the glutathione and protein thiol levels did
not change with selenium treatment. These results demonstrated that copper has a pro-oxidant
action on the Perna perna gills as it caused DNA damage and decreased the glutathione
reductase and thioredoxin reductase enzymes activities. On the other hand, the increased levels
of glutathione seem to be a protective response against the deleterious effects generated by
copper exposure. Besides that, this work has shown that exposition to selenium did not cause any
changes in a diverse of antioxidant enzymes measured in the mussel Perna perna. This data is in
opposition to some results found for other authors that have studied selenium exposure in the
mussel Mytilus edulis. In this way we can conclude that an exposition to selenium leads to
different antioxidant responses between species that inhabits temperate and subtropical climate.