Tesis
Impactos da política monetária não-convencional dos EUA nas variáveis financeiras do Brasil pós-crise de 2008
Autor
Hara, Kinn
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia. Em decorrência da crise financeira de 2008, os Bancos Centrais dos países desenvolvidos passaram a
utilizar políticas monetárias não-convencionais para dar liquidez às operações financeiras e
proporcionar apoio adicional à atividade econômica, uma vez que as taxas de juros de curto prazo já
estavam em baixos patamares e a política monetária convencional se mostrou limitada. O Federal
Reserve (Banco Central dos EUA), configura-se como um dos principais agentes nesse processo e, a
partir de novembro de 2008, deu início ao large scale asset purchase, conhecido como quantitative
easing (QE). Um dos aspectos relacionados às externalidades dessa política é a acusação, por parte dos
países emergentes, de que a enorme liquidez decorrente das compras dos ativos tem intensificado o
fluxo de capitais em direção a esses últimos, onde o retorno ajustado ao risco tende a ser mais elevado.
Aponta-se que o resultado dessa movimentação contribuiu para a apreciação da taxa de câmbio,
prejudicando outros aspectos relacionados à atividade econômica, como as exportações, por exemplo.
Assim, com o objetivo de analisar as relações entre o QE norte-americano e algumas variáveis
financeiras do Brasil, tais como a taxa de câmbio BRL/USD, o yield dos títulos de 10 anos do Brasil e
o Ibovespa, utilizou-se um Vetor Autorregressivo (VAR), de modo que fosse possível quantificar os
choques nas variáveis do modelo e analisar sua dinâmica através das Funções de Impulso-Resposta.
Os resultados indicam que há uma apreciação da taxa de câmbio, um aumento dos yields dos títulos do
Brasil e um aumento do índice Bovespa em decorrência de um choque (variação positiva de um desvio
padrão) nos yields dos títulos de 10 anos do governo dos EUA. Embora os resultados apresentem
variações em relação ao esperado, sugere-se que alguns aspectos relacionados à economia brasileira
estejam contrabalanceando os efeitos decorrentes da política do Fed.