dc.description | A ocorrência de perturbadores endócrinos no ambiente tem se
tornado uma preocupação mundialmente reconhecida, sendo tema
recorrente nos debates ambientais da atualidade. Dentre os
perturbadores endócrinos de grande preocupação encontram-se os
estrogênios, tanto naturais como sintéticos que, ao serem inseridos no
ambiente aquático, causam impactos ambientais negativos sobre sua
fauna, sendo que os principais efeitos adversos relatados referem-se à
anomalias na formação do sistema reprodutivo destes organismos.
Outros efeitos adversos em seres vivos, como o aumento na incidência
de alguns tipos de câncer em humanos, vêm sendo estudados e
associados à ação de estrogênios. Os estrogênios que causam maior
preocupação por sua presença no ambiente, tanto pela quantidade que
são liberados, quanto pelo potencial de desregulação endócrina são:
Estrona (E1), 17β-Estradiol (E2) e 17α-Etinilestradiol (EE2).
Visando auxiliar no desenvolvimento de uma tecnologia de
tratamento mais eficiente na remoção destes hormônios em esgotos, este
trabalho se desenvolveu com foco em acompanhar a operação e avaliar a
eficiência de remoção dos hormônios E1, E2 e EE2 em uma unidade
piloto de biorreator à membrana (BRM), bem como analisar o
comportamento dos parâmetros físico-químicos nitrogênio amoniacal,
nitrito, nitrato, DQO, OD, pH, turbidez, temperatura e sólidos no
sistema, que auxiliaram na interpretação dos resultados obtidos. A
pesquisa se desenvolveu no Laboratório de Reuso de Águas (LaRA),
pertencente ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da
Universidade Federal de Santa Catarina. Os resultados do estudo
evidenciaram elevadas eficiências médias de remoções para os
estrogênios naturais, de 98,4% para E1 e 99,6% para E2, enquanto que o
hormônio sintético, EE2, teve menor eficiência de remoção pelo BRM,
de 65,1% que foi associada à nitrificação praticamente nula no sistema,
confirmando a atuação de microrganismos nitrificantes da degradação
biológica deste composto. | |