dc.description | Este trabalho tem como referencial teórico a Teoria das Finanças Comportamentais. Esta
teoria estuda as decisões financeiras do indivíduo a partir do conceito de racionalidade
limitada (bounded rationality), principalmente, quando este se defronta com situações de
perdas e ganhos. Durante estas escolhas as decisões do indivíduo nem sempre são
consideradas racionais, sendo assim, tal comportamento pode revelar padrões (ilusões
cognitivas). Portanto, este estudo está mais especificamente relacionado à verificação do
conceito de efeito disposição no mercado acionário brasileiro. Este efeito se refere ao
comportamento irracional do investidor quando tende a reter ativos depreciados (losers), e a
vender ativos apreciados (winners), contrariando a Teoria da Utilidade Esperada (a qual tem
como base a racionalidade do agente econômico). Assim, tendo como escopo a comprovação
da existência do efeito disposição na Bolsa de Valores de São Paulo, esta monografia utiliza
dados sobre o turnover de títulos negociados mensalmente de uma amostra contendo as 20
ações mais negociadas na bolsa de valores, e o turnover total de títulos negociados
mensalmente do mercado durante o período de 2000 a 2007. A metodologia empregada foi
inspirada no trabalho de Lakonishok e Smidt (1986), onde foi possível analisar o
comportamento dos investidores durante sua tomada de decisão no momento da venda de suas
ações, e se este comportamento apresentaria características significativas da influência do
efeito disposição. Os resultados encontrados foram positivos para a existência do efeito
disposição no mercado acionário brasileiro, contudo o grau de significância, e a freqüência
com que o efeito foi observado, ficaram abaixo dos resultados de outros estudos (Karsten et al
(2004), Milanez (2003), Lakonishok e Smidt (1986)). Não houve significância para o teste t
de todas as ações em conjunto, contudo foi observado significância para algumas ações da
amostra analisadas individualmente, como Itaúsa e Bradesco. | |