Tesis
Classes de comportamentos a serem desenvolvidos pelo psicólogo para intervir diretamente em comportamentos de pacientes hospitalizados
Author
Joaquim, Emanuelle de Paula
Institutions
Abstract
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2013. Pesquisas que caracterizaram a profissão do psicólogo nas décadas de 1970 e 1980 sugeriam uma atuação "clínica" e pouco diversificada. A inserção de psicólogos em hospitais data de meados da década de 1950 com profissionais reproduzindo atividades realizadas em consultórios psicológicos. Pesquisas tem demonstrado a relevância das intervenções de psicólogos em pacientes hospitalizados, porém algumas delas evidenciam que atividades características da clínica psicológica ainda são realizadas pelos profissionais em ambientes hospitalares. A reprodução de psicoterapia clássica em pacientes hospitalizados não corresponde as necessidades do paciente. Dessa forma, a resposta à pergunta de pesquisa "quais classes de comportamentos constituem a intervenção direta de psicólogos em comportamentos de pacientes hospitalizados?" parece contribuir para aumentar a visibilidade de psicólogos que atuam em hospitais a respeito das classes de comportamentos que podem ser desenvolvidos ao intervirem diretamente em comportamentos de paciente hospitalizados. Para respondê-la, foram analisadas as seções "Diagnóstico" e "Terapêutica" da obra "Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença", de Alfredo Simonetti, de 2011. As informações contidas na obra foram examinadas por meio de procedimento constituído por 25 etapas. Nesse procedimento, os trechos selecionados da obra foram fragmentados e classificados em três conjuntos: "ações do psicólogo em ambiente hospitalar", "não ações do psicólogo em ambiente hospitalar" e "aspectos de meio com os quais o psicólogo lida em um ambiente hospitalar". Os trechos que constituíram o conjunto "ações [...]" passaram por alterações e revisões, possibilitando derivar 100 classes de comportamentos agrupadas em seis classes gerais de comportamentos profissionais do psicólogo para produzir alterações em processos comportamentais. Após classificadas, as classes de comportamentos foram organizadas em um sistema comportamental. Foi possível identificar que os nomes das classes ainda necessitam refinamento para constituírem classes de comportamentos a serem desenvolvidos pelo psicólogo ao intervir diretamente em comportamentos de pacientes hospitalizados. A organização das classes de comportamentos no sistema comportamental evidenciou que as classes são ou muito gerais ou muito específicas, existindo "lacunas" de classes de comportamentos intermediários. A classe "Avaliar intervenções diretas realizadas em relação a processos comportamentais" foi constituída por uma classe de comportamentos e as classes "Aperfeiçoar intervenções em relação a processos comportamentais a partir de dados de avaliação" e "Comunicar descobertas feitas com as intervenções realizadas em processos comportamentais" não apresentaram classes de comportamentos. Essas ausências em classes mais gerais indicam necessidade de identificar classes menos abrangentes que as caracterizem. Os trechos que constituíram os conjuntos "não ações [...]" e "aspectos do meio [...]" passaram por alterações que possibilitaram derivar ou identificar 623 aspectos do meio com os quais o psicólogo lida ao relacionar-se com o paciente hospitalizado. Uma característica importante desses aspectos foi o grau de minúcia dos mesmos. Aspectos do meio com alto grau de especificidade possibilitam derivar classes de comportamentos também específicas. Esses aspectos, provavelmente, constituem classes de estímulos componentes de classes de comportamentos a serem desenvolvidos por psicólogos ao intervir diretamente em comportamentos do paciente hospitalizado. A partir das prováveis classes de estímulos é possível identificar os demais componentes de classes de comportamentos que constituirão essa classe mais geral. Com "novas" classes identificadas e o sistema comportamental mais "completo" o psicólogo terá maior visibilidade e clareza a respeito de sua intervenção direta em comportamentos de pacientes hospitalizados.<br> Abstract : In the 1970s and 1980s, researches characterized psychologist?s profession as a ?clinical? and short extended activity. The inclusion of psychologists at hospitals started in the mid-1950s and these professionals reproduced the same activities used in psychological clinics. Researches have demonstrated the relevance of professional psychological intervention among hospitalized patients. However, some researches show that even today typical activities from clinical psychology are still carried out by professionals in hospital?senvironments. Applying classical psychotherapy among hospitalized patients does not correspond to the patients? needs. Thus, the answer to the question, ?which classes of behaviors constitute the direct intervention of psychologists in hospitalized patients? behaviors??, seems to contribute to widen psychologists? view about the classes of behaviors that can be developed by them to intervene directly in behaviors of hospitalized patients. In this approach there were analyzed the sections ?Diagnosis? and ?Therapeutics? from ?Manual of hospital psychology: map of diseases?, by Alfredo Simonetti, from 2011. The Manual contents was examined through a procedure consisting of 25 steps. In this procedure, selected extracts from the Manual were fragmented and classified into three groups: ?actions of psychologists in hospitals?, ?non-actions of psychologists in hospitals? and ?aspects of environment that psychologists deal with in hospitals?. The extracts classified in the group ?actions [...]? went through changes and revisions that allowed for the derivation of 100 different classes of behaviors, which were then grouped into six general classes of professional behaviors of psychologists to produce changes in behavioral processes.Once classified, these classes of behaviors were organized into a behavioral system, then it was possible to identify that the names of the classes still need refinement to constitute classes of behaviors to be developed by psychologists to intervene directly in hospitalized patients? behaviors. The organization of the behaviors? classes in the behavioral system showed that the classes are either too general or too specific, revealing "gaps" of intermediate classes of behaviors. The class ?Evaluate direct interventions performed, relating to behavioral processes? was constituted by only one behaviors? class. The classes ?Improve interventions related to behavioral processes from evaluation data? and ?Communicate findings about interventions on behavioral processes? presented no behaviors? classes. These absences in general classes indicate the need of identifying classes thatcharacterize them. The extracts classified into the groups ?non-actions [...]? and ?aspects of environment [?]?went through changes and provided the either derivation or identification of 623 aspects of environment which psychologists deal with in working with hospitalized patients. An important feature of these aspects was their level of details. Aspects of environment with high level of details enable to derive specific behaviors? classes. These aspects probably constitute classes of stimuli components of behaviors? classes to be developed by psychologists when intervening directly in hospitalized patient?s behaviors. From the probable stimuli?s classes, it is possible to identify other components of behaviors? classes which constitute the general class. With "new" classes identified and the behavioral system more "complete", psychologists will have a wider and clear view about their direct psychological intervention in hospitalized patients? behaviors.