Tesis
Mapeamento e análise da cadeia produtiva vitivinícola de Santa Catarina
Autor
Soares, Mariana Mossini
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia. Diante da crescente relevância econômica que a produção vitivinícola vem representando para
Santa Catarina, o presente estudo enfoca o mapeamento da cadeia produtiva da uva e do vinho
catarinense, identificando suas potencialidades e pontos de estrangulamento, além da
sinalização de suas perspectivas futuras. Para tanto, utilizou-se como fundamentação teórica
as teorias de Cadeias Produtivas Agroindustriais e da Economia dos Custos de Transação, que
viabilizaram o mapeamento e posterior análise da cadeia. Além disso, foram realizadas
entrevistas com profissionais ligados a vitivinicultura, o que possibilitou a identificação das
potencialidades e pontos de estrangulamento da cadeia, e o apontamento de suas perspectivas
futuras. Verificou-se que a cadeia vitivinícola catarinense possui três principais pólos
produtivos situados nas regiões do Vale do Rio do Peixe, Carbonífera, e do Planalto
Catarinense. As regiões tradicionais – Carbonífera e do Vale do Rio do Peixe – apresentam
predominantemente produção de vinhos coloniais e de mesa, produzidos em sua maioria por
empresas de pequeno porte, com o uso intensivo de mão-de-obra familiar e em terrenos
bastante acidentados, que inviabilizam a implantação de uma viticultura mecanizada. Por
outro lado, a região do Planalto Catarinense caracteriza-se pela incipiente produção de vinhos
finos de altitude, elaborados sob os mais elevados padrões de qualidade e tecnologia,
produzidos por empresas de maior porte com grandes investimentos de capital. As regiões
tradicionais apresentam tendências a negociações de insumos via mercado, o que abre
precedente a comportamentos oportunísticos por parte dos agentes. Já na região do Planalto
Catarinense, predomina a tendência a verticalização da produção à montante, devido à
especificidade dos ativos necessários para a elaboração de vinhos finos, bem como a
especificidade de capital humano qualificado para sua elaboração. Os principais pontos de
estrangulamentos identificados dizem respeito à falta de cooperação entre os segmentos da
cadeia, especificamente entre vinícolas e canais de distribuição atacadistas. Além disso,
verificou-se que a elevada carga tributária incidente sobre a cadeia produtiva faz com que os
vinhos nacionais percam competitividade frente aos importados, especialmente os
provenientes da Argentina e do Chile. Foram apontadas também as potencialidades do setor,
dentre as quais destaca-se o fortalecimento do enoturismo no estado, a projeção nacional que
os finos de altitude produzidos em Santa Catarina vêm alcançando, além da crescente
organização setorial. Quanto à análise das perspectivas futuras do setor, pode-se destacar que
somente a reunião de esforços entre o setor produtivo, ambientes institucional e
organizacional, e iniciativas governamentais possibilitará uma expansão sustentável da
atividade vitivinícola tanto em Santa Catarina, quanto no Brasil.