dc.description | Este trabalho pretende verificar a relação entre as operações de crédito bancário
com recursos livres para pessoas físicas e jurídicas (também como participações na
economia) e a taxa Selic estabelecida pelo Banco Central do Brasil para fins de política
monetária. Para a realização do estudo foram revisadas teorias monetárias e financeiras, e
paralelamente, coletados dados para aplicação econométrica em regressões e funções
impulso-resposta.
A política monetária via taxa de juros afeta o desempenho do mercado de crédito
em função de diversos fatores. Por exemplo, mudanças na taxa de juros fazem com que
outros tipos de investimento, tais como os títulos do governo, tornem-se mais ou menos
atraentes, podendo ocasionar retração ou expansão no crédito, no caso da reação dos
bancos. Outro exemplo se deve ao fato de a taxa básica de juros ser referência para todas as
outras taxas de juros na economia, haja vista a utilização na troca de reservas bancárias.
Dada a importância que o mercado de crédito desempenha para desenvolvimento
econômico de um país, via transferência de recursos de agentes superavitários para
deficitários, e com resultantes de mecanismos de transmissão da política monetária, o
Banco Central atua com o intuito de estimular ou ajustar possíveis ineficiências.
No estudo, verificou-se que no Brasil a política monetária, notadamente a taxa
Selic, afeta o desempenho do crédito significativamente no curto prazo, decorrente da curta
maturidade dessas operações. No entanto, isso não é mostrado quando se avalia a relação
crédito/PIB. As altas taxas de juros vigentes na economia e a estrutura econômica e do
sistema financeiro brasileiro, após inúmeras reformas na década de 90, não estimularam o
crédito do ponto de vista da participação na economia, não obstante o cenário de
estabilização de preços, queda das taxas reais de juros, que poderiam diminuir a
instabilidade macroeconômica. Fato esse que demonstra que as instituições financeiras
atuantes no Brasil ainda estão muito ligadas aos títulos públicos, o que prejudica o
crescimento econômico. Entretanto, o fato de existir no país relações entre a política
monetária e o mercado de crédito, permite ao governo elaborar planos para fortalecer esse
mercado financeiro nacional. | |