dc.description | Este trabalho de conclusão pretende determinar os principais fatores geradores da
desvalorização do Real ocorrida em 2002, durante as eleições presidenciais, relacionando
estes com os existentes modelos de crise cambial.
Para tal, foi necessária a introdução de alguns dos modelos de crises cambiais,
disponibilizando assim um instrumental mínimo para a análise. Diversos condicionantes
potenciais da desvalorização foram então analisados, como: variáveis econômicas e políticas,
aspectos infra-estruturais (o choque de oferta de energia) e a hipótese de um contágio
decorrente da recessão Argentina.
No período em questão, o Brasil apresentou grande montante de condicionantes em ação:
tanto fundamentos macroeconômicos fragilizados como a relação Dívida Líquida do Setor
Público / PIB, como choques adversos, sendo estes tanto internos, com a redução de oferta de
energia e o processo eleitoral, como externos, através da crise Argentina.
A avaliação desses fatores permite concluir que a desvalorização de 2002 não apresentou um
condicionante predominante mas sim que foi o conjunto dessas variáveis que engendraram a
mini crise cambial aqui em foco: o conjunto macroeconômico, em um período pós-crise infraestrutural,
aliado a um cenário externo atípico e à incerteza do processo eleitoral, formam um
grupo de intensa pressão na relação cambial R$ / US$.
Foi também possível concluir que este agrupamento heterogêneo não permite a aplicação de
apenas um modelo de crise cambial. Unicamente através do uso das premissas dos diferentes
modelos e abordagens existentes é que se pode analisar a mini crise ocorrida. | |