Tesis
Vulnerabilidade financeira da economia brasileira a choques externos: análise do ano de 1994 ao segundo trimestre de 2004
Autor
Frederico, Fátima Terezinha
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Sócio-Econômico. Economia. Uma das conseqüências da forma como os países em desenvolvimento estão inseridos na
economia internacional tem se caracterizado pelo contágio que sofrem das crises externas.
Eles são atingidos principalmente pelo tipo de relação de dependência por capitais que
mantêm com os países centrais, resultando assim numa crescente vulnerabilidade financeira
externa a estas crises. Para verificarmos esta dependência usaremos na análise algumas
variáveis indicadoras da vulnerabilidade econômica brasileira num período em que ela passou
por fortes mudanças. Neste período que iremos analisar, que inicia em 1994, ano de
implantação do Plano Real, e vai até o segundo trimestre de 2004, houve intensificação das
reformas orientadas para o mercado, com um extraordinário crescimento da abertura
econômica através da liberalização do comércio e do mercado financeiro. Com esta abertura
os capitais privados voltaram ao país e possibilitaram um novo padrão de financiamento,
permitindo ao Brasil implantar e manter um plano de estabilização, após várias tentativas
frustradas e traumáticas. A equipe econômica usou para a estabilização de preços política
monetária e o controle da taxa de câmbio. A primeira serve como instrumento regulador,
principalmente em momentos de crise. Já a taxa de câmbio foi valorizada e mantida durante
os quatro primeiros anos do plano em bandas cambiais, submetendo nossa economia à
concorrência internacional. O país manteve elevadas taxas de juros durante a fase abordada
neste trabalho, sobretudo nas crises externas, com o intuito de atrair capitais para financiar os
constantes déficits em transações correntes. Essa dependência contínua por capitais externos
deixou o país muito suscetível às crises, sentindo forte repercussão de seus efeitos na
economia doméstica. Sofreu impacto vindo da crise mexicana, asiática, russa como uma das
causas da desvalorização cambial em 1999, a crise argentina e por fim com a desconfiança
dos investidores frente à eleição presidencial brasileira. Com a mudança em 1999, do sistema
de taxas de câmbio saindo das bandas para o flutuante, houve incentivo para o aumento das
exportações o que deixou as importações mais caras, com isso foi possível amenizar os
déficits em transações correntes e em três anos mais tarde obter superávit e assim diminuir a
dependência por capitais externos pelo menos para cobrir o saldo desta balança.