dc.description | O presente trabalho analisa, no contexto do desenvolvimento político-econômico da República Oriental do Uruguai, a trajetória da coalizão de partidos de esquerda denominada Frente Ampla desde sua fundação - período no qual reivindicava as bandeiras clássicas da esquerda tradicional - até a atualidade - momento em que assume o paradigma socialdemocrata e conquista o cargo máximo do país pela segunda vez consecutiva. A partir da perspectiva partidária, objetiva-se identificar e interpretar os fatores determinantes desta transição ideológica e programática, que lhe permitiu expandir seu eleitorado além da esquerda do espectro ideológico até constituir-se como principal força política do país e romper a hegemonia secular dos partidos Colorado e Nacional. Antes disto, a revisão histórica que se supõe necessária para a compreensão do tema recorre os fatos relevantes desde o período fundacional da República, destacando no arcabouço institucional os distintos modelos de desenvolvimento vividos pelo país e suas limitações na promoção do bem-estar nacional. Analisa-se as primeiras tentativas de organização sindical e partidária do pensamento esquerdista, bem como o fracasso da via armada na tentativa de construção do socialismo, a sobrevivência da esquerda durante os anos de regime militar e, principalmente, a adaptação da coalizão frenteamplista à lógica eleitoral. Finalmente, propõem-se considerações finais sobre as realizações da esquerda nas gestões de Tabaré Vázquez e José Mujica na presidência do país. Em síntese, a dinâmica do trabalho visa esclarecer como se deu a ascensão e consolidação da Frente Ampla sem deixar de promover uma mirada mais ampla sobre a cultura política dos uruguaios e os desafios econômicos que se apresentam a este pequeno país vizinho. | |