Tesis
Avaliação de quitosana para o controle da podridão amarga da macieira.
Autor
Felipini, Ricardo Barbosa
Institución
Resumen
TCC (graduação em Agronomia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, 2008 O estado de Santa Catarina é atualmente o maior produtor de maçãs no Brasil, atendendo tanto o mercado nacional quanto as exportações para vários países. Entre as doenças que acarretam danos à cultura da macieira encontra-se a Podridão Amarga, causada pelo fungo Colletotrichum acutatum. Neste trabalho procurou-se avaliar o efeito in vitro da quitosana sobre o fitopatógeno e in vivo sobre maçãs inoculadas com C. acutatum, analisando-se o efeito do polissacarídeo sobre a severidade da doença. Para isso, nos ensaios in vitro, suspensões de esporos do fungo com concentração de 105 esporos/mL foram colocadas em lâminas escavadas, sobre as quais foram testadas as concentrações de 25, 50, 75 e 100 µg/mL de quitosana, além das testemunhas de água destilada e ácido clorídrico a 5%. Também avaliou-se o efeito de diferentes concentrações de quitosana (1, 2, 3, 4 e 5 mg/mL) sobre o crescimento micelial, quando o polissacarídeo foi incorporado ao meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar. Nos testes in vivo, para avaliar o efeito da quitosana no controle da Podridão Amarga, maçãs (cv. Fuji) foram inoculadas com suspensão de esporos de C. acutatum com concentração (105 conídios/mL) e, após 24 horas em câmara úmida, os frutos foram imersos em suspensão de quitosana. Primeiramente, foram testadas as concentrações de 2,5; 5,0; 7,5 e 10 mg/mL de quitosana com pH ajustado para 5,6. Posteriormente, avaliou-se o efeito da dose mais eficaz (10 mg/mL) sobre maçãs inoculadas com diferentes concentrações de C. acutatum (103, 104 e 105 esporos/mL), bem como o efeito do pH da solução de quitosana. Na seqüência, avaliou-se o efeito da quitosana com pH 4,0 sobre maçãs cv. Gala inoculadas com o agente causal da Podridão Amarga. Finalmente, foi avaliado o efeito da quitosana, da inoculação com o patógeno e de ferimentos para a indução da atividade de peroxidases nos frutos. Nos testes in vitro, foi observado que a quitosana reduziu a germinação de esporos do fitopatógeno, além de causar alterações morfológicas no tubo germinativo. Quanto ao crescimento micelial, a quitosana a 4 mg/mL teve efeito fungistático, reduzindo em mais de 40% o progresso do crescimento micelial quando comparada à testemunha.. Em pós-colheita a quitosana reduziu a severidade da Podridão Amarga, sendo seu efeito diretamente relacionado com a dose utilizada, e que sua eficiência também está relacionada ao pH em que é aplicada, sendo mais eficaz nos experimentos o pH 4,0. Com relação ao teste enzimático, não houve aumento na atividade de peroxidases em frutos tratados com quitosana. Com base nos resultados, a redução da severidade da Podridão Amarga foi relacionada ao efeito direto da quitosana sobre o fitopatógeno.