Tesis
Uma etnografia sobre a pluralidade de modelos de atenção à saúde entre os índios Munduruku na terra indígena Kwatá Laranjal, Borba, Amazonas
Autor
Scopel, Daniel
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2013. Esta tese visa analisar as relações e redes sociais de apoio mútuo e cuidados a partir das práticas indígenas de autoatenção à saúde e às enfermidades entre os Índios Munduruku do Rio Canumã. Na Terra Indígena Kwatá-Laranjal vivem 2500 índios Munduruku. O estudo é etnográfico e admitiu múltiplas técnicas de pesquisa (observação participante, entrevistas, acompanhamento de itinerários terapêuticos, etc.). Entende-se que as redes de relações sociais são decisivas nos processos de saúde/doença/atenção (MENÉNDEZ, E. L., 2009). Essa temática se insere entre os estudos antropológicos sobre saúde indígena no Brasil (LANGDON, 2004) e tem foco na relação entre diferentes saberes de atenção (MENÉNDEZ, E. L., 2009) por meio da compreensão de que os diversos atores sociais agem em um campo plural de intermedicalidade (FOLLÉR, 2004; GREENE, 1998; LANGDON, 2004). O recorte teórico-metodológico parte da autoatenção em sentido estrito (MENÉNDEZ, E. L., 2003) por meio das práticas e estratégias intencionais de atores ?leigos? na busca por prevenir, minimizar, eliminar ou conviver com as enfermidades. Esse recorte permite a identificação da multiplicidade de formas de atenção e a descrição dos espaços de intermedicalidade. Partindo do reconhecimento da pluralidade de formas e modelos de atenção à saúde, buscou-se enfatizar a agência dos atores sociais, ou seja, as práticas formas indígenas de atenção, tomando-as como produtos emergentes de relações sociais em um contexto pluriétnico. O diferencial da proposta é que o estudo não se restringe aos saberes de especialistas Munduruku, nem apenas aos profissionais de saúde biomédicos, mas abrange as relações e redes sociais articuladas através da práxis da autoatenção. <br> Abstract : This dissertation aims at analyzing social relations and social networks of mutual support and health care based on indigenous self-care ("autoatenção") practices among the Munduruku People, of the Rio Canumã, Amazonas, Brazil. Approximately 2,500 indigenous people live at the Kwatá-Laranjal Land. This is an ethnographic study, including multiple research techniques (participatory observation, interviews, observation of therapeutic itineraries etc.). It supports a finding that states social relation networks are crucial to health/disease/care processes (MENÉNDEZ, E. L., 2009). This theme is part of anthropological studies on indigenous health in Brazil (LANGDON, 2004) and focuses on the relationship among different modes of knowledge regarding attention (MENÉNDEZ, E. L., 2009), considering the existence of various social actors acting in an emergent, plural and intermedical field (FOLLER, 2004, GREENE, 1998, LANGDON 2004). The theoretical-methodological framework originates from the ?autoatenção? concept in the strict sense (MENÉNDEZ, E. L., 2003), which focuses on the intentional practices and strategies of ?lay? actors seeking to prevent, minimize, eliminate or live with their sickness. Such focus allows the identification of multiple forms of attention and description of spaces of intermedicality. This proposal, however, stands out because this study is not restricted to Munduruku specialists or biomedical professionals, but encompasses the relationships and social networks articulated through the praxis of "autoatenção".