dc.description | O presente estudo trata da análise de teses e dissertações do "Banco de Teses - Portal CAPES" que abordam o tema da Autogestão na perspectiva de transformações nas relações de trabalho, perseguindo o objetivo de compreender de que forma a "autogestão" repercute nas relações de trabalho dos envolvidos nas experiências estudadas. Para tanto nos propusemos a resgatar as bases teóricas da autogestão no socialismo utópico, no anarquismo e na crítica marxista e identificar, nas teses e dissertações selecionadas, os pressupostos teóricos, a concepção de autogestão, a prática da autogestão nas experiências estudadas e a relação entre autogestão e relações de trabalho. Foram analisadas uma tese de doutorado e sete dissertações de mestrado que tratam de experiências concretas de autogestão e discutem as relações de trabalho. As experiências analisadas nas produções acadêmicas revelam relações distintas a partir da forma como foi constituída, ou seja, a sua origem. Identificamos a origem dos empreendimentos a partir de falência de empresas, iniciativa pessoal, apoio de Incubadora Popular e por meio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST. A maior parte das experiências estudadas, nas produções acadêmicas analisadas, diz respeito a cooperativas originadas a partir de falência de empresas. Nessa forma especifica de empreendimento autogestionário, verificamos que se mantém as condições precárias do trabalho explorado das organizações capitalistas. Consideramos que a precarização nas condições de trabalho e de vida que afetam os trabalhadores envolvidos de tais organizações, relaciona-se com o fato de estarem submetidos às condições impostas pelo capital. Percebemos, porém, que nos empreendimentos em que a motivação de sua constituição é outra, constatam-se elementos de melhoria nas relações de trabalho, no que se refere ao ambiente interno da organização e ao significado desta experiência coletiva para os trabalhadores envolvidos no projeto autogestionário, principalmente, pelo sentido de estar reproduzindo sua vida a partir do trabalho coletivo, ao invés da condição degradante de impossibilidade de reprodução da vida por que passam os desempregados. | |