Tesis
Determinação do potencial tóxico e genotóxico de líquido percolado gerado em aterramento sanitário de resíduos sólidos urbanos
Autor
Machado, Vanessa Guimarães
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Num aterro sanitário ocorre um grande número de reações químicas, físicas, biológicas e toxicológicas, resultando na formação de líquidos percolados, chamados de chorume. As características destes líquidos percolados depende muitos das características dos resíduos aterrados e do tipo de aterro sanitário, principalmente ao que diz respeito a operação e manutenção deste. Animais aquáticos são largamente utilizados como biomarcadores em condições suspeitas de contaminação e, na mensuração de danos provenientes desta inserção de contaminantes no meio aquático. Os peixes ocupam um dos últimos patamares da cadeia trófica, servindo de alimento para outros animais aquáticos e terrestres, entre eles o ser humano. A morte e mesmo alterações fisiológicas nos peixes podem acarretar importantes desequilíbrios ecológicos e o consumo destes, pode causar patologias para quem se alimente deles. Com base nestes aspectos, esta pesquisa teve como objetivo principal a avaliação in situ, do potencial tóxico e genotóxico do chorume tratado utilizando diferentes organismos aquáticos de água doce, o cará (Geophagus brasiliensis) e a Daphnia magna. Foram utilizadas diversas técnicas, como o ensaio do cometa para análise genotóxicas aguda e crônica nos carás, e toxicológicas com bioensaios com Daphnias magna. O aterro utilizado em nossa pesquisa, que recebe diariamente uma grande quantidade de resíduos domésticos provenientes de mais de 30 municípios do Estado de Santa Catarina e os resíduos perigosos de 17 municípios. Os resultados demonstraram a necessidade de incluir análises genotóxicas como prática comum para o monitoramento ambiental, associada aos testes de toxicidade, pois os peixes expostos ao efluente final apesar de não apresentarem nem toxicidade crônica, nem aguda, apresentaram efeitos genotóxicos positivos para ambos os casos. Nos testes para avaliar o potencial de reparo celular deste peixes após exposição aguda, os dados apontaram que as lesões gênicas são passíveis de reparo, indicando que, os animais após expostos por um determinado período de tempo ao chorume tratado, e posteriormente transferidos para um ambiente sem contaminação, tem capacidade de reparar os danos causados ao seu genoma.