Tesis
Bioprospecção de macroalgas marinhas e plantas aquáticas para o controle da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.)
Autor
Abreu, Guilherme Fernandes de
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-graduação em Recursos Genéticos Vegetais Realizou-se bioprospecção de espécies de macroalgas marinhas e plantas aquáticas com o objetivo de encontrar pelo menos um extrato eficiente para o controle da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) do feijoeiro. Para tanto, foram coletadas e identificadas 17 espécies de macroalgas marinhas: Acanthophora spicifera, Bostrychia sp., Bryothamnion seaforthii, Bryothamnion triquetrum, Centroceras clavulatum, Cheilosporum sagittatum, Codium isthmocladum, Codium sp., Enteromorpha sp., Enteromorpha lingulata, Gracilaria tepocensis, Hypnea spinella, Lithophyllum sp., Petalonia sp., Sargassum stenophyllum, Ulva lactuca, Ulva fasciata; e duas espécies de plantas aquáticas: Lemna sp. e Spartina juncea. Posteriormente, o material foi seco em estufa e os compostos foram extraídos em etanol e concentrados por evaporação. Os extratos foram testados in vitro, avaliando a influência sobre o índice de velocidade de crescimento micelial (IVCM) em meio de cultura, sobre a germinação de conídios e o padrão de germinação conidial (PGC) de C. lindemuthianum, em lâminas escavadas. Em ambos os testes, a concentração utilizada foi de 50 mg peso seco/ mL. Realizaram-se também testes em casa-devegetação onde os extratos foram testados por meio de pulverizações preventivas em plantas de feijoeiro cv. Uirapuru com posterior inoculação dessas plantas com uma suspensão de C. lindemuthianum (1,2x106 conídios/ mL). Para a verificação do efeito local e residual, plantas tratadas foram inoculadas 4 horas e 7 dias após o tratamento, respectivamente, e foram avaliadas as plantas inteiras. Para a verificação do efeito sistêmico, plantas tratadas foram inoculadas 7 dias após o tratamento e somente o trifólio não tratado foi avaliado. A severidade da antracnose foi avaliada aos 5 e 11 dias após inoculação. O extrato de H. spinella apresentou forte ação sobre o crescimento vegetativo de C. lindemuthianum, reduzindo o IVCM em 74% comparado à testemunha. Os extratos de Lemna sp. e S. stenophyllum inibiram a germinação de conídios de C. lindemuthianum em 100% e 99%, respectivamente. Nos testes in vivo, verificou-se que sob efeito local o extrato de B. seaforthii reduziu 35% a severidade da antracnose aos 11 d.a.i.. Embora sem apresentar efeito local, o extrato de Ulva fasciata reduziu 24% a severidade da antracnose aos 11 d.a.i. sob efeito residual e 42% a severidade da antracnose aos 5 d.a.i. sob efeito sistêmico. A indução de resistência foi considerada para explicar a redução de doença pelo extrato de Ulva fasciata. Dados de avaliações in vitro não correlacionaram com os dados obtidos nos experimentos com plantas.
bioprospecting work was performed with species of marine macroalgae and
aquatic plants, in order to screen at least an extract able to control the bean anthracnose. For that, it was collected and identified 17 marine macroalgae species, i.e. Acanthophora spicifera, Bostrychia sp., Bryothamnion seaforthii, Bryothamnion triquetrum, Centroceras clavulatum, Cheilosporum sagittatum, Codium isthmocladum, Codium sp., Enteromorpha sp., Enteromorpha lingulata, Gracilaria tepocensis, Hypnea spinella, Lithophyllum sp., Petalonia sp., Sargassum stenophyllum, Ulva lactuca, Ulva fasciata as well as two aquatic plant species, i.e. Lemna sp. and Spartina juncea. Thereafter, these species were dried in a chamber and, their compounds were extracted with ethanol and concentrated by solvent evaporating. The extracts were tested in vitro for evaluating the effect of them on the mycelial growth velocity index (IVCM) in culture medium and the conidial germination as well as the pattern of conidial germination (PGC) of C. lindemuthianum in well slides. The extract concentration used in both tests was always 50 mg dry wheight/ mL. Experiments were also carried out under greenhouse conditions where bean plants cv. Uirapuru were previously sprayed with the extracts and inoculated with a conidial suspension of C. lindemuthianum (1,2x106 conidia/ mL). To verify the presence of local effect and residual effect, treated plants were inoculated 4 hours and 7 days after treatment, respectively, and whole plants were evaluated. To investigate the systemic effect, treated plants were treated 7 days after treatment, but the disease was evaluated only on the non-treated uppermost three-leaflet leaf. Anthracnose severity was determined on 5th and 11th day after inoculation (dai). The extract of H. spinella presented a strong action towards the mycelial growth of C. lindemuthianum, reducing the IVCM by 74% when compared to the control. The extracts of Lemna sp. and S. stenophyllum inhibited the fungus conidial germination by 100% and 99%, respectively. In greenhouse tests the B. seaforthii revealed local effect, reducing the disease severity by 35% on the 11 dai. Although without showing local effect, the extract of Ulva fasciata reduced the anthracnose severity on the 11th dai by 24% in whole plants and on the 5th dai systemically by 42% as well. The induction of resistance was taken in consideration to explain the disease severity reduction by the extract of Ulva fasciata. In vitro data did not correlate with those obtained
from greenhouse experiments.