Tesis
Clivagem e interação de um novo complexo de Ferro (II) com DNA plasmidial e proteínas
Autor
Bussi, Giselle Giovana Azzolini
Institución
Resumen
TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, Curso de Química. A interação entre compostos metálicos e biomoléculas tem sido alvo de
importantes estudos na atualidade, devido a sua importância em processos
bioquímicos e biotecnológicos, já que muitos desses complexos podem ser
usados no desenvolvimento de novas técnicas terapêuticas, como agentes
antitumorais, no controle de doenças fúngicas e no desenvolvimento de novas
técnicas terapêuticas. Por isso, diversos complexos de metais de transição,
como ferro(III), zinco(II) e cobre(II) e complexos de lantanídeos tiveram sua
atividade como nucleases químicas descrita. Os estudos da ação de novos
complexos sobre biomoléculas levam à determinação de seus mecanismos de
ação, parâmetros cinéticos e interação, demonstrando se estes podem ter
alguma atividade de interesse. Neste trabalho foi feita a caracterização da
atividade de clivagem e interação do novo complexo de ferro, tris-([1,2,5]-
tiadiazolo-[3,4-f] - [1,10]-fenantrolina Ferro (II)) hexafluorofosfato frente a
moléculas de DNA e das proteínas BSA (Albumina do soro bovino) e TRP
(transtirretina). Os resultados obtidos mostram que o complexo é capaz de
clivar o DNA plasmidial em baixas concentrações (4 e 6 μM), pHs próximos ao
fisiológico (7,0) e em 5 minutos de exposição à luz UV, porém não apresenta
nenhuma atividade em condições de escuro. Estudos mecanísticos foram
realizados e mostraram que este complexo degrada o DNA preferencialmente
por seu sulco maior, de forma totalmente independente de oxigênio e
provavelmente por uma oxidação direta das bases do DNA promovida pela
forma excitada do complexo. As análises cinéticas mostraram que, em
comparação com a degradação natural do DNA, a reação catalisada pelo
complexo é 5,23x108 vezes mais rápida e que a atividade do complexo é
aproximadamente 6.000 vezes maior quando este é exposto à luz. Ensaios
com diferentes substratos foram realizados (proteínas BSA e TRP) e
aparentemente o complexo não tem atividade de clivagem. Para analisar que
tipo de interação há entre o complexo e o DNA foram realizados ensaios de
titulação espectrofotométrica, espectros de dicroísmo circular, efeito da força
iônica na clivagem e desnaturação térmica do DNA. Foi possível perceber que
o aumento da força iônica presente no meio reacional inibe a atividade do
complexo, indicando interações eletrostáticas entre complexo e DNA. Os
ensaios de titulação espectrofotométrica e desnaturação térmica não
permitiram determinar um tipo de interação, já que não houve alterações
significativas na temperatura de desnaturação (Tm) do DNA, nem no espectro
de UV do complexo. Finalmente, no espectro de Dicroísmo Circular, após a
adição do complexo, houve uma diminuição drástica na intensidade das
bandas positiva e negativa do DNA, o que indica uma diminuição no
empilhamento das bases do DNA e também em sua helicidade, além disso,
houve o surgimento de novas bandas e aparecimento de um ponto isodicróico
que demonstra a alteração na conformação do DNA.