Tesis
Distribuição do ictioplâncton no Arquipélago de São Pedro e São Paulo
Autor
Macedo Soares, Luis Carlos Pinto de
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2011 O ictioplâncton é composto por ovos e larvas de peixes, e consiste nos estágios iniciais de desenvolvimento da maioria dos peixes marinhos. Interações entre as correntes marinhas e a topografia de ilhas oceânicas e montanhas submarinas podem favorecer o aumento da produção primária e da concentração de ictioplâncton ao redor desses ambientes, fenômeno denominado efeito ilha. O objetivo do presente trabalho foi investigar a comunidade de larvas de peixes e avaliar se a topografia favorece um aumento da biomassa fitoplanctônica e da concentração do ictioplâncton ao redor do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP). Foram utilizadas imagens de satélite da temperatura superficial do mar (TSM) e da clorofila na superfície do mar (CSM), de 2003 a 2005. Amostras de ictioplâncton foram coletadas durante oito expedições realizadas em 2003, 2004 e 2005 em diferentes distâncias do arquipélago. Foram identificados 80 táxons distribuídos em 29 famílias, sendo que 72 estão relacionadas a uma única espécie. Myctophidae é a família mais diversa, enquanto que a comunidade é dominada pelas larvas dos peixes recifais Stegastes sanctipauli e Entomacrodus vomerinus. Três associações de larvas de peixes foram encontradas: associação recifal, associação nerítica e associação oceânica. Os resultados demonstraram um padrão temporal da TSM e da CSM, com menores valores de TSM e maior concentração de CSM nos meses de julho e agosto. A densidade do ictioplâncton foi maior perto das ilhotas, especialmente em julho, quando a densidade das larvas de Myctophidae apresentou correlação com alta concentração de CSM. Não ficou evidente a existência de um efeito ilha resultante da interação corrente-topografia. No entanto, os resultados sugerem que a presença do arquipélago no Atlântico Equatorial afeta a comunidade ictioplanctônica no seu entorno, uma vez que o Arquipélago de São Pedro e São Paulo proporciona um hábitat favorável ao desenvolvimento e sobrevivência dos estágios iniciais da fauna de peixes local.