Tesis
Sou para casar ou pego, mas não me apego?
Autor
Carlos, Paula Pinhal de
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianopolis, 2011 Tendo como fundamentação teórica os estudos sobre amor romântico (AZEVEDO, 1981; 1986), confluente (GIDDENS, 1993) e líquido (BAUMAN, 2004) e as análises feitas de que o modelo de amor tem adquirido configurações mais fluidas e instáveis na contemporaneidade, o objetivo deste trabalho é o de estudar práticas afetivas de jovens brasileiros do sul do país, bem como investigar quais são suas representações sobre amor, sexualidade e conjugalidade. A pesquisa foi baseada no método etnográfico, proposto pela antropologia, e no modelo de oficinas, muito presente no âmbito da educação. Trata-se de uma pesquisa multisituada, realizada com jovens de 13 a 18 anos, de ambos os sexos, alunos de escolas públicas de Porto Alegre e Florianópolis e São José. Foi possível perceber que, dentre as suas práticas afetivas, três conceitos são muito importantes: pegar, ficar e namoro. As representações sobre amor e conjugalidade também auxiliam a compreender o caráter paradoxal que as relações afetivas possuem para esses jovens, ao conjugarem práticas fluidas e instáveis, como o pegar e o ficar, ao romantismo presente nas falas dos jovens sobre amor e relações conjugais. Percebeu-se que há diferenças importantes que demarcam as práticas do pegar e do ficar e que, nesse âmbito, são significativos alguns estereótipos negativos atribuídos às mulheres, como a fama de galinha. No que se refere ao namoro, são elencadas pelos jovens as vantagens e desvantagens desse tipo de relacionamento, sobretudo relacionadas à perda de liberdade, o que leva inclusive a uma ressignificação da fidelidade. Por fim, no que tange às representações sobre amor e conjugalidade, identificou-se que o ideal de amor para os jovens está bastante atrelado ao modelo do amor romântico, o que pode explicar o fato de o desejo de casar ser tão presente no campo das representações, apesar de contrastar com a liquidez das práticas vivenciadas e observadas em campo.