Tesis
Ruínas de um tempo/templo, ou sobrevivências de Dario Vellozo na literatura do presente
Autor
Moreira, Caio Ricardo Bona
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2011 Este trabalho teve por objetivo desenvolver uma leitura da sobrevivência da poética simbolista na poesia do presente, tendo como base o poeta Dario Vellozo. Pretendemos ler a sua poesia colocando-a em rede, tirando-a da província, e demonstrando que a performance literária de Dario na belle époque curitibana não está distante de movimentos como o dos patafísicos e acephálicos. Os gestos de Dario, ao fomentar uma poesia simbolista mística, ao construir o Templo das Musas e ao criar festividades pagãs em que se travestia de grego e desfilava com seus seguidores pela cidade, não são meramente provincianos, já que estão atravessados pela leitura de simbolistas e decadentistas franceses e pelo surto do misticismo que invade a Europa no século XIX. A partir do cruzamento de tempos e textos do final do século XIX, do início do século XX, e de poemas contemporâneos, bem como da leitura de teóricos como Walter Benjamin, Aby Warburg e Didi-Huberman, observamos como alguns poetas do presente desenvolvem um diálogo inteligente com o simbolismo, revitalizando-o, e dele extraindo uma força capaz de potencializar a sua própria produção. This work aims to develop an interpretation of the symbolist poetry survival in the contemporary poetry, having as basis the poet Dario Vellozo. We intend to read his poetry putting it in relation, taking it out from the province, and showing that the literary performance of Dario in the belle époque of Curitiba it is not so distant from the movements such as the pataphysics and acephalics. The gestures of Dario, feeding a mystic symbolist poetry, building the Muse Temple (#Templo das Musas#) and creating pagan festivities in which he dressed up like a Greek and marched with his followers through the city, are not provincial acts, since these acts are marked by the reading of French symbolists and decadents and by the outbreak of mysticism that invaded Europe in the nineteenth century. From the correlation of times and texts of late nineteenth century, earlier twentieth century with contemporary poems, as well as the reading of scholars such as Walter Benjamin, Aby Warburg and Didi-Huberman, I intend to investigate how poets like Paulo Leminski, Ricardo Corona, among others, develop a clever dialog with the symbolism, reviving it, and extracting from it a strength capable of leverage its own creation.