Tesis
Câncer de boca
Autor
Cimardi, Ana Claudia Baladelli Silva
Institución
Resumen
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia A American Câncer Society (ACS) define o câncer como um grupo de doenças representadas pela multiplicação desordenada de células defeituosas ou atípicas, que não conseguem serem rastreadas pelo sistema imunológico. Estima-se que, em 2020, o número de casos novos anuais seja da ordem de 15 milhões, sendo que, cerca de 60% desses, ocorrerão em países em desenvolvimento. Estima-se que um terço dos casos novos de câncer que ocorrem atualmente no mundo poderiam ser prevenidos. O câncer bucal é uma doença genética, complexa e multifatorial. É potencialmente fatal e continua a ter uma incidência global elevada, sendo considerado, assim, um problema de saúde pública. O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e a prática coletiva dos cirurgiões-dentistas (CDs) de Santa Catarina sobre câncer de boca, através do instrumento adaptado de DIB (2004). Participaram deste estudo 385 CDs distribuídos por mesorregiões do estado de Santa Catarina sorteados aleatoriamente e o instrumento utilizado foi o envio de questionários por correio convencional ou via internet (e-mail). Os resultados apontaram baixo interesse da população-alvo já que o retorno foi de 19,7% no correio convencional e 1,4% por e-mail. O perfil dos profissionais pesquisados mostra que 51,3% eram do sexo feminino; 35,8% estavam entre 31 a 40 anos, 54,5% trabalham somente na rede privada; 55,6% possuem especialidade; 88,31% não possuem o hábito de fumar; 58,6% obtiveram sua formação acadêmica em instituição pública (55,32% no estado de Santa Catarina); 44% se auto-avaliaram com um conhecimento regular sobre câncer de boca; 74,2% relataram ter baixa confiança para a realização do diagnóstico do câncer de boca; 87,5% relataram que os seus pacientes não são suficientemente bem informados sobre o câncer de boca; 27,27% relataram não realizar exame em seus pacientes na busca por lesões suspeitas; 44,7% encaminham os casos suspeitos para um especialista em estomatologia e o Centro de Especialidade Odontológica foi apontado somente por 11,7% da amostra para encaminhamento de lesões suspeitas; 47,5% apontaram que nunca realizaram um diagnóstico de câncer de boca; 63% relataram corretamente que o carcinoma espinocelular é o mais freqüente tipo de câncer de boca. Somente 19% apontaram que a língua é o local mais freqüentemente acometido pelo câncer de boca. Quanto à faixa etária (acima de 40 anos) e sintomatologia (úlcera indolor) a maior parte da amostra apontou corretamente; 16% não souberam responder qual a condição mais comumente associada ao câncer de boca, mais de 90% da amostra afirmaram o álcool e o tabaco como fatores de risco para o câncer de boca. Em relação aos conceitos obtidos pela amostra 41,3% receberam conceito "B" sendo um bom conhecimento sobre o assunto e 36,9% receberam conceito "C" significando um conhecimento regular sobre câncer de boca. Estes resultados permitem concluir que mesmo com um bom conceito sobre o assunto a prática preventiva, ou seja, informar os pacientes para a prevenção desta patologia, não vem sendo realizada pelos profissionais. Além disso, os profissionais ainda relataram não se sentirem confiantes para a realização do diagnóstico do câncer de boca e demonstram desconhecer os serviços de atendimento para realização do encaminhamento de lesões suspeitas.