Tesis
O amor como suplência à relação sexual
Autor
Scapin, André Luís
Institución
Resumen
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Esta pesquisa desenvolveu-se com o objetivo de examinar a proposição lacaniana de que o amor é o que vem em suplência à relação sexual. Inicialmente, realizou-se uma explanação sobre a sexualidade humana à luz da teoria psicanalítica: de acordo com as investigações psicanalíticas, a sexualidade do ser falante não é regida pelo instinto, mas pela pulsão, fator decisivo para que não exista a relação sexual entre dois seres humanos. Não há o Um da relação sexual, a relação sexual não cessa de não se escrever, ela pertence, portanto, ao registro do real. Em seguida, introduziu-se a temática do amor e argumentou-se a favor de uma separação entre o campo sexual - pulsional - e o campo amoroso - narcísico. O amor, por estar localizado na intersecção entre o simbólico e o imaginário, é produtor de sentido. No amor, o objeto é elevado à condição de necessário, ou seja, ele não cessa de se escrever. Dessa forma, o amor, ardilosamente, faz o sujeito crer na ilusão, mesmo que efêmera, da consecução da relação sexual. Entretanto, o amor, que por definição é engano, já que, ao amar, o sujeito quer, na verdade, ser amado, não consegue sustentar a ilusão do Um. Ele acaba revelando o que tem por função velar: não há relação sexual. Finalmente, foram pesquisadas duas modalidades de amor, o amor do obsessivo e o amor cortês, como ilustração da tentativa de suplência da relação sexual pelo amor.