dc.description | Esta dissertação tem como objetivo principal revelar as trajetórias de adolescentes que vivenciam práticas de exploração sexual na cidade de Lages, Santa Catarina. Faço algumas reflexões teóricas sobre o conceito de violência e exploração sexual-infanto juvenil, prostituição de crianças e adolescentes e a doutrina da proteção integral à infância prescrita no Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, reflito sobre a questão do sujeito, baseada na psicologia histórico-cultural, fundada em Vygotski; sobre a questão do gênero; a adolescência como categoria de análise; a infância e a adolescência na perspectiva de gênero. Como procedimentos de coleta das informações, foram realizadas entrevistas abertas e gravadas. Seguindo os pressupostos da pesquisa etnográfica, entrevistei 13 adolescentes, 12 meninas e um menino. O trabalho de campo foi realizado a partir do Programa Sentinela de Lages, voltado especificamente para o atendimento de crianças e adolescentes em situação de exploração sexual. Além de tentar estabelecer uma relação dialógica com @s informantes no Programa Sentinela, procurei observar os principais locais de trabalho e lazer dest@s adolescentes, conversando com el@s na rua onde "fazem ponto" e visitando-@s em seus domicílios.Apresentei as trajetórias de cada adolescente e analisei as entrevistas individualmente, numa discussão com os autores que fundamentaram minhas reflexões iniciais, ou que fui buscando no desenrolar da pesquisa. Os contextos sócio-familiares dest@s adolescentes, a violência de gênero, a maternidade, e o significado da exploração sexual infanto-juvenil compõem as categorias de análise destas entrevistas.A análise dos significados que os sujeitos deram às suas trajetórias e práticas, levou-me a refletir sobre as situações de extrema pobreza e vulnerabilidade vividas pelas populações e famílias marginalizadas, nas periferias das cidades. | |