dc.description | O trabalho investiga como a indústria de energia elétrica (IEE) brasileira adaptou-se estrategicamente, ao longo do tempo, às alterações no ambiente de negócios. Foi adotada uma metodologia qualitativa, com análise documental e entrevistas semi-estruturadas com atores privilegiados, mais adequada à relevância da história na teoria institucionalista (evolucionista) empregada. Em 70 anos de evolução, a IEE brasileira criou e aperfeiçoou, pragmaticamente, instituições adequadas à sua base de recursos naturais e outros recursos de que dispunha (humanos, tecnológicos e financeiros), logrando atingir níveis de qualidade internacionais. Nessa trajetória dois pontos de inflexão foram identificados, os quais determinaram sua institucionalização inicial (1930) e sua re-institucionalização (1995), ambas decorrentes de fatores externos relacionados à mudança no contexto financeiro internacional. No período, também caracteriza-se um conflito ideológico entre duas correntes de pensamento sobre o papel do Estado na condução do processo de desenvolvimento (conflito ainda existente); entretanto, ambos os grupos apresentaram comportamentos menos ideológicos e mais dependentes da trajetória anterior. Na fase anterior do setor (estatal e monopolista) um processo de concorrência não econômica entre as firmas pode também ser identificado, de modo a melhor se posicionarem na estrutura de governança hierárquica. Com a introdução da competição no setor, a mudança no comportamento estratégico das firmas (atores), na realidade, deve-se à própria mudança dos atores, agora privados ou estrangeiros, com outra trajetória histórica e capacitações (rotinas) diferentes. | |