Dissertação (Mestrado)
Cuidados parentais em gerbilos da Mongólia (Meriones unguiculatus): uma análise dos papéis de fêmeas e machos durante o desenvolvimento dos filhotes /
Autor
Estanislau, Célio Roberto
Institución
Resumen
Este estudo teve como propósito a investigação do comportamento parental de uma espécie monogâmica, o gerbilo da Mongólia (Meriones unguiculatus). No experimento I, o comportamento de casais (condição biparental) e o de fêmeas sozinhas (condição uniparental), assim como o crescimento corporal dos filhotes, foram mensurados do 1º ao 25º dia após o parto. Os resultados revelam que: 1) os machos despendem mais tempo em contato físico com os filhotes que com as fêmeas; 2) os machos despendem menos tempo nas atividades de construção de ninho e contato ventral com os filhotes (crouching over) que as fêmeas das duas condições, porém, quanto a limpeza corporal dos filhotes, machos e fêmeas (submetidas as duas condições) apresentaram taxas similares; 3) as mães e os filhotes da condição uniparental exibiram uma clara tendência a serem relativamente mais pesados que os da condição biparental. No experimento II, machos ou fêmeas foram removidos da caixa-viveiro antes do início das sessões experimentais, então, o comportamento dos animais que permaneceram com os filhotes (condição uniparental) foi comparado com o dos animais de casais que permaneceram com os filhotes (condição biparental). Os resultados deste experimento indicam que: 1) machos e fêmeas, quando sozinhos com os filhotes, despendem em contato físico com eles tempos similares aos de machos e fêmeas que permanecem ambos juntos com os filhotes; 2) machos, quando estão sozinhos com os filhotes, despendem maior tempo em contato ventral, limpeza dos filhotes e arrumação de ninho que os da condição biparental; 3) a atividade locomotora de machos e fêmeas nas duas condições experimentais não se alterou significativamente; 4) os filhotes que estavam na presença unicamente do macho passaram mais tempo sozinhos no ninho que os que estavam com apenas a fêmea, estes, por sua vez, passaram mais tempo sozinhos no ninho que os filhotes dos casais que permaneceram ambos na caixa-viveiro. Nos dois experimentos os animais apresentaram poucos episódios de recuperação dos filhotes. Conclui-se que o macho potencialmente exibe cuidado parental diretamente dirigido aos filhotes, o que pode ser intensificado pela ausência da fêmea. A taxa de mortalidade dos filhotes e as alterações nos seus pesos e nos das mães não foram substancialmente afetados pela presença do macho, o que sugere que o macho exerce um papel secundário no desenvolvimento dos filhotes.