dc.contributorSchwartzmann, Matheus Nogueira [UNESP]
dc.contributorUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.date.accessioned2021-04-22T16:21:51Z
dc.date.accessioned2022-12-19T21:51:47Z
dc.date.available2021-04-22T16:21:51Z
dc.date.available2022-12-19T21:51:47Z
dc.date.created2021-04-22T16:21:51Z
dc.date.issued2020-04-30
dc.identifierhttp://hdl.handle.net/11449/204453
dc.identifier33004030009P4
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/5384962
dc.description.abstractEste estudo se apoia nos trabalhos de Jacques Fontanille sobre os níveis de pertinência da análise semiótica, especialmente naqueles que permitem refletir sobre uma Semiótica da Cultura de base linguística e discursiva, interessada não apenas pela análise do sentido produzido por textos e discursos, mas também pelos problemas de significação que emergem de sua circulação. Desse modo, em diálogo com a obra de Gérard Genette no que se refere à noção de paratexto, analisamos os procedimentos editoriais (a prática semiótica de edição) da obra “Da poesia”, volume de poemas completos da escritora brasileira Hilda Hilst. Ao avançar sobre temas como suporte, prática, edição e (re)valoração da obra literária em perspectiva linguístico-discursiva, o trabalho se estabelece como experiência de uma semiótica da circulação de inspiração fontanilliana. O seu objetivo principal é demonstrar como a prática de edição atua na construção do que chamamos de “identidade editorial Hilda Hilst”, que não se confunde nem com uma identidade autoral (identidade global, que atravessa a obra) nem com a identidade enunciativa dos poemas (identidade local, homologável à dimensão do eu-lírico). Segundo nossa hipótese, a construção dessa identidade editorial ocorre por meio de uma estratégia marcada por outras duas práticas semióticas, que surgem, na obra, subjacentes à prática de edição: a prática da crítica, que atesta o valor literário, estético e social da obra, e a prática mercadológica, que atesta o seu valor de consumo e de venda. Nesse cenário, a prática de edição, quando orientada por uma axiologia crítico-literária, atenuaria os valores considerados polêmicos, buscando, com isso, responder a uma demanda de (re)valoração da obra de Hilst e de apagamento de sua “biografia”. Já quando orientada em função de valores de mercado, intensificaria esses mesmos aspectos polêmicos, com vistas a uma comercialização mais eficaz, considerando a “personalidade polêmica” um fator positivo para as vendas. A partir dos resultados obtidos, o trabalho demonstra que a prática de edição é um fenômeno semiótico capaz de pautar, numa dada cultura, os procedimentos de consagração de um texto literário, pois determina as modalidades de circulação de uma obra. No caso de “Da poesia”, certos discursos sobre o autor (Hilst), amplificados pelo gesto editorial, funcionam como base para a construção de uma “narrativa de vida” que serve aos objetivos de uma Editora. Vê-se, ainda, como outros recursos de edição (notas do editor, fotografias etc.) atuam, justamente, na atenuação ou na amplificação desses discursos (polêmicos) que a prática de edição retoma. Assim, levando em conta que diversas axiologias são mobilizadas no interior de um dado volume (como a artístico-literária, a crítica, a publicitária), concluímos que “valor da obra” não depende apenas de seu valor como texto literário, mas também de sua apropriação e reprodução por outras instâncias socioculturais — colocando em xeque a suposta autonomia que, historicamente, tem sido atribuída ao texto literário.
dc.description.abstractThis study is based on the work of Jacques Fontanille about the levels of relevance of semiotic analysis, especially those that allow us to reflect about the Semiotics of Culture on a linguistic and cultural basis, interested not only in the analysis of the meaning produced by texts and discourses, but also by the problems of signification that emerge from their circulation. Thus, in dialogue with Gérard Genette’s work regarding the notion of paratext, we analyze the editorial procedures (the semiotic practice of editing) of the work “Da poesia”, a volume of complete poems by the Brazilian writer Hilda Hilst. By advancing on themes such as support, practice, editing and (re)valorization of the literary work in a linguistic-discursive perspective, the work establishes itself as an experience of a Fontanillian-inspired semiotics of circulation. Its main objective is to demonstrate how the practice of editing acts in the construction of what we call “Hilda Hilst’s editorial identity”, which is not to be confused either with an authorial identity (global identity, which runs through the work) or with the enunciative identity of the poems (local identity, homologous to the dimension of the lyric self). According to our hypothesis, the construction of this editorial identity occurs through a strategy marked by two other semiotic practices, which appear in the work underlying the editing practice: the critical practice, which attests to the literary, aesthetic, and social value of the work, and the marketing practice, which attests to its value of consumption and selling. In this scenario, the editing practice, when guided by a critical-literary axiology, would attenuate the values considered controversial, seeking to respond to a demand for (re)valuing Hilst’s work and erasing her “biography”. But when oriented towards market values, it would intensify those same polemical aspects, aiming at a more effective marketing, considering the “polemical personality” a positive factor for sales. From the results obtained, the work demonstrates that the practice of editing is a semiotic phenomenon capable of guiding, in a given culture, the consecration procedures of a literary text, since it determines the modalities of circulation of a work. In the case of “Da poesia”, specific discourses about the author (Hilst), amplified by the editorial gesture, act as the basis for the construction of a “narrative of life” that serves the objectives of a Publisher. We also see how other editing resources (editor’s notes, photographs, etc.) operate, precisely, in the attenuation or amplification of these (polemical) discourses that the editing practice resumes. Thus, considering that several axiologies are mobilized within a given volume (such as the literary-artistic, the critical, the advertising), we conclude that the “value of the work” does not depend only on its value as a literary text, but also on its appropriation and reproduction by other sociocultural instances — questioning the supposed autonomy that has historically been attributed to the literary text.
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.rightsAcesso aberto
dc.subjectIdentidade editorial
dc.subjectHilst, Hilda
dc.subjectNíveis de pertinência da análise semiótica
dc.subjectPrática de edição
dc.subjectSemiótica francesa
dc.subjectEditorial identity
dc.subjectLevels of relevance of semiotic analysis
dc.subjectEditing practice
dc.subjectFrench semiotics
dc.titleA edição como prática semiótica: estudo da identidade editorial "Hilda Hilst" em Da poesia
dc.typeTesis


Este ítem pertenece a la siguiente institución