Bullying e saúde mental na percepção de alunos dos anos finais do ensino fundamental

Abstract

A adolescência, considerada uma fase importante entre a infância e a vida adulta, é marcada por intensas modificações emocionais, sociais, psicológicas, cognitivas e biológicas. Nesse período, os indivíduos têm a oportunidade de viver novas experiências e comportamentos antes desconhecidos, aumentando o risco de comprometimento da saúde física ou mental. Seguindo essa direção, estudos indicam que a prática de bullying entre os jovens vêm crescendo e, ao mesmo tempo, têm-se evidências de uma perda da qualidade de saúde mental entre eles. Desse modo, o presente estudo, por meio da percepção dos próprios alunos, objetivou estabelecer uma possível relação entre o bullying e a saúde mental de estudantes dos anos finais do ensino fundamental. Foram utilizadas duas escalas validadas, a primeira para identificar a ocorrência de bullying (questionário sobre Clima Escolar), e a segunda para avaliar a saúde mental (SDQ). Os questionários foram aplicados de forma eletrônica para diminuir interferências do pesquisador e auxiliar na coleta de dados mais precisa. Esse estudo produziu dados quantitativos e as respostas foram escritas em termos de frequências absolutas e relativas. Os resultados mostraram que o ambiente escolar é visto, com relação ao bullying, de maneira positiva pela maioria dos alunos, ou seja, a ocorrência de bullying é baixa e a escola se mostra um ambiente de relações positivas. No entanto, existe uma porcentagem de 12,5% de alunos que identificaram o ambiente como intermediário, sendo necessário compreender e intervir para que haja uma melhora nas relações entre os alunos. Além disso, correlacionando as duas escalas, foi possível identificar que há uma possível relação entre o bullying e a qualidade da saúde mental dos estudantes, uma vez que, dentre aqueles que percebem o clima do ambiente como intermediário, 60% apresentam sintomas categorizados como clínicos no SDQ. Corroborando com a literatura, demonstrando que situações de intimidação e humilhação entre os alunos interferem na saúde mental dos mesmos.

Adolescence, considered an important phase between childhood and adulthood, is marked by intense changes, both emotional, social, psychological, cognitive and biological. During this period, individuals have the opportunity to live new experiences and behaviors previously unknown, increasing the risk of impaired physical or mental health. Following this direction, studies indicate that the practice of bullying among young people has been growing and, at the same time, there is evidence that indicates a loss of quality of mental health among them. Thus, the present study, through the perception of the students themselves, aimed to establish a possible relationship between bullying and the mental health of students in the final years of elementary school. Two validated scales were used, the first to identify the occurrence of bullying (questionnaire on School Climate), and the second to assess mental health (SDQ). The questionnaires were applied electronically to reduce the researcher's interference and assist in the more accurate data collection. This study produced quantitative data and the answers were written in terms of absolute and relative frequencies. The results showed that the school environment is viewed, in relation to bullying, in a positive way by the majority of students, that is, the occurrence of bullying is low and the school shows an environment of positive relationships. However, there is a percentage of 12.5% of students who identified the environment as an intermediary, and it is necessary to understand and intervene so that there is an improvement in the relationships between students. In addition, by correlating the two scales, it was possible to identify that there is a possible relationship between bullying and the quality of the students' mental health, since, among those who perceive the environment as an intermediary, 60% have symptoms categorized as clinical in the SDQ. Corroborating with the literature, demonstrating that situations of intimidation and humiliation among students interfere in their mental health.