Feiras livres municipais como alternativa de comercialização dos agricultores familiares em Jales-SP

Abstract

Os circuitos curtos de comercialização são definidos como a venda direta dos agricultores/produtores aos consumidores ou, no máximo, com um grau de intermediação. Nos primórdios da agricultura era a forma predominante de venda dos produtos e, após modernização da agricultura, voltou a ser revalorizada, especialmente pelos agricultores familiares, como alternativa de geração de renda em pequena escala. Este trabalho objetivou analisar as características dos agricultores que participam em circuitos curtos de comercialização e as suas diferentes estratégias de inserção no mercado, e também avaliar o perfil e comportamento dos consumidores das feiras livres do município de Jales - SP. Foi aplicado um questionário a 21 agricultores que comercializam em feiras livres e outro questionário específico, dirigido a 70 consumidores que frequentam as feiras livres do referido município. Constatou-se que 90,48% dos agricultores são familiares, tem a agropecuária como sua principal fonte de renda e apresentam grande diversificação de produção e comercialização, composta por olerícolas, frutas e alguns alimentos de origem animal. A maioria dos agricultores participam em mais de um canal de comercialização, inclusive em circuitos longos, embora considerem mais vantajosa a venda em circuitos curtos, o que envolve além da comercialização direta ao consumidor, também a venda a agentes ligados ao comércio varejista. A comercialização em circuitos curtos é responsável por mais de 80% da renda agropecuária para mais de 70% desses agricultores, contribuindo para a manutenção dessas famílias no campo. Os consumidores pesquisados possuem um perfil semelhante aos consumidores de feiras livres do país. A maioria vai à feira semanalmente e gasta em média até R$50,00 a cada visita, adquirindo com maior frequência hortaliças e frutas. A qualidade dos produtos é o maior motivo de comprarem regularmente há vários anos nas feiras (maioria a mais de 10 anos), porém, parte dos consumidores também compram os mesmos alimentos de outros agricultores. Dificuldades relatadas em comprar os alimentos nas feiras foram relatadas por um quarto dos consumidores (25,71%) e ainda, três quartos (77,14%) disseram que complementam as compras, dos mesmos alimentos, em supermercados e quitandas. A inserção em circuitos curtos de comercialização constitui-se em estratégia muito relevante para os agricultores familiares do município de Jales- SP.

Short marketing channels are defined as the direct sale of farmers / producers to consumers or, at most, with a degree of intermediation In the early days of agriculture it was the predominant way of selling products and, after modernization of agriculture, it was revalued again, especially by family farmers, as an alternative for small-scale income generation. This work aimed to analyze the characteristics of the farmers who participate in short marketing circuits and their different strategies of insertion in the market, and also to evaluate the profile and behavior of the consumers of the free fairs in the municipality of Jales - SP. A questionnaire was applied to 21 farmers who trade in open markets and another specific questionnaire, addressed to 70 consumers who attend free fairs in that municipality. It was found that 90.48% of the farmers are family members, with agriculture as their main source of income and have great diversification of production and commercialization, composed of vegetables, fruits and some foods of animal origin. Most farmers participate in more than one marketing channel, including long circuits, although they consider selling short circuits to be more advantageous, which involves not only direct marketing to consumers, but also sales to agents linked to retail trade. Commercialization in short circuits is responsible for more than 80% of the agricultural income for more than 70% of these farmers, contributing to the maintenance of these families in the countryside. The consumers surveyed have a profile similar to the consumers of free markets in the country. Most go to the fair weekly and spend an average of up to R $ 50.00 each visit, purchasing vegetables and fruits more frequently. The quality of the products is the biggest reason to buy regularly at the fairs for several years (most of them for more than 10 years), however, some consumers also buy the same food from other farmers. Difficulties reported in buying food at fairs were reported by a quarter of consumers (25.71%) and yet, three quarters (77.14%) said that they complement purchases of the same food in supermarkets and greengrocers. The insertion in short marketing channels is a very relevant strategy for family farmers in the municipality of Jales-SP.