dc.contributorRodrigues, Angélica Terezinha Carmo [UNESP]
dc.contributorUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.date.accessioned2019-07-02T18:55:21Z
dc.date.accessioned2022-12-19T17:35:24Z
dc.date.available2019-07-02T18:55:21Z
dc.date.available2022-12-19T17:35:24Z
dc.date.created2019-07-02T18:55:21Z
dc.date.issued2019-05-31
dc.identifierhttp://hdl.handle.net/11449/182464
dc.identifier000918167
dc.identifier33004030009P4
dc.identifier.urihttps://repositorioslatinoamericanos.uchile.cl/handle/2250/5363867
dc.description.abstractEste trabalho sociolinguístico tem como objetivo investigar o papel do gênero feminino no processo de mudança nas formas de expressão de tempo futuro (futuro sintético e futuro perifrástico) no português brasileiro escrito do século XX. Segundo Labov (1990, 2001), quando se trata de implementar uma variante inovadora na língua, são as mulheres as líderes do processo de mudança; é o que parece acontecer, por exemplo, com o fenômeno em estudo (GIBBON, 2000; OLIVEIRA, 2006). Considerando que, no português brasileiro contemporâneo, o futuro perifrástico (IR no presente + infinitivo) suplantou o uso do futuro sintético (BRAGANÇA, 2008; TESCH, 2011; ALMEIDA, 2015), não é possível avaliar o condicionamento do gênero, uma vez que a atuação social do gênero se mostra mais saliente em estágios iniciais e intermediários de mudança linguística. Nesse sentido, remontando às bases da pesquisa sociolinguística e ao papel das mulheres na implementação de uma variante inovadora, verificamos como a liderança feminina se estabelece quanto ao uso de futuro perifrástico em sincronias pretéritas (décadas de 1920 e início de 1970). Levando em consideração que a mídia tem papel fundamental na representação ideológica de grupos de indivíduos, em especial na construção social de gênero, utilizamos como corpora de análise cartas publicadas na revista A Cigarra, voltada ao público feminino. Para verificar efeitos do gênero feminino, comparamos e confrontamos os resultados obtidos com os dados de outros corpora, o que denominamos ser nosso “grupo controle”, as cartas dos jornais A Gazeta e Correio da Manhã, cujos leitores alvos não são especificados. À luz dos preceitos teórico-metodológicos da Sociolinguística e da Teoria da Variação e Mudança (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2016 [1972]), empreendemos a análise quantitativa com suporte da plataforma R (CORE TEAM, 2019). No total, levantamos 1.105 dados, distribuídos entre as décadas de 1920 e 1970 e entre as cartas da revista e do grupo controle. Conforme os resultados alcançados indicam, na sincronia de 1920, o futuro perifrástico, embora apareça na modalidade escrita, é incipiente nos diferentes corpora; entretanto, os resultados relativos aos dados do início da década de 1970, apesar da predominância da variante conservadora, mostram um aumento do uso da variante inovadora, sobretudo na revista. Sugerimos, com base nas análises, o início da implementação do futuro perifrástico nos anos de 1920, tornando-se mais recorrente nos anos de 1970 em textos escritos, de modo que o processo de mudança é mais favorável no contexto de publicação feminina (cartas de leitoras d’A Cigarra). Destacam-se como fatores relevantes para a compreensão do fenômeno e para responder ao problema de pesquisa: (i) a ausência de marca de tempo futuro fora do verbo nos anos de 1920; (ii) a primeira pessoa do discurso, os enunciados negativos e o tema da carta que expressa drama pessoal nos anos de 1970. As análises estatísticas, por meio dos corpora, portanto, permitem-nos oferecer evidências importantes para a discussão dos efeitos do gênero feminino na mudança linguística.
dc.description.abstractThis Sociolinguist work aims to investigate the role of the female gender in the changing process of forms of expressions of future time (synthetic future and periphrastic future) in Brazilian Portuguese written in the 20th century. According to Labov (1990, 2001), when it comes to implementing an innovative variant in the language, women are the leaders in the changing process; it is what seems to happen, for example, with the phenomenon under study. Considering that, in contemporary Brazilian Portuguese, the periphrastic future (IR in the present + infinitive) supplanted the use of the synthetic future (BRAGANÇA, 2008; TESCH, 2011; ALMEIDA, 2015), it is not possible to evaluate the conditioning of gender, as its social performance is more salient in the initial and intermediate stages of linguistic changes. In this sense, reassembling the bases of sociolinguistic research and the role of women in the implementation of an innovative variant, we verify how female leadership establish itself regarding the use of a periphrastic future in past synchrony (decades of 1920 and beginning of 1970). Assuming that the media has a fundamental role in the ideological representation of groups of individuals, especially in the social construction of gender, we use as a corpora letters published in the magazine A Cigarra targeted on the female audience. To verify the effects of the female gender, we compare the results obtained with data from other corpora, which we called “control group”, the letters from the newspapers A Gazeta and Correio da Manhã, whose target readers are not specified. In the light of the theoretical and methodological precepts of Sociolinguistics and Theory of Variation and Change (WEINREICH, LABOV and HERZOG, 2006 [1968], LABOV, 2016 [1972]), we undertake a quantitative analysis with support of the R platform (CORE TEAM, 2019). In total, we collect 1,105 data, distributed between the 1920s and the 1970s and among the letters of the magazine and the control group. As the results show, in the synchrony of 1920, the periphrastic future, although it appears in the written modality, is incipient in the different corpora; however, the results regarding the data of the early 1970s, despite the predominance of the conservative variant, show an increase in the use of the innovative variant, especially in the magazine. Based on the analysis, we suggest the beginning of the implementation of the periphrastic future in the 1920s, becoming more recurrent in the 1970s in written texts, so that the process of change is more favorable in the context of women's publication (Readers’ letters of A Cigarra). They stand out as relevant factors for the understanding of the phenomenon and to respond to the research problem: (i) the absence of the future time mark outside the verb in the 1920s; (ii) the first person in the speech, the negative statements, and the theme of the letter expressing personal drama in the 1970s. The corpora-based statistical analyzes allow us, therefore, to provide important evidence for the discussion of the effects of the female gender on linguistic change
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Estadual Paulista (Unesp)
dc.rightsAcesso aberto
dc.subjectFuturo verbal
dc.subjectGênero social feminino
dc.subjectVariação e mudança linguística
dc.subjectSociolinguística
dc.subjectVerbal future
dc.subjectSocial gender
dc.subjectVariation and linguistic change
dc.subjectSociolinguistics
dc.titleVariação entre futuro sintético e perifrástico em textos escritos: um estudo diacrônico sobre o papel do gênero feminino na mudança linguística
dc.typeTesis


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