dc.description | Um conto sobre nossa viagem pelas infinitas estações do ciclo da vida e do eterno espaço-tempo, onde o amanhã nunca veio, e o ontem nunca se foi. Um conto sobre o nascimento e a ruína. Sobre caminhos que nos mudam e crenças que nos matam. Um conto sobre o tolo que conquista o mundo.
A história começa com um maestro (Deus) conduzindo a grande massa em sua sinfonia e um homem que sai da grande massa para conhecer o mundo fora daquela bolha que vivia e que, por não fazer mais parte de um todo, agora se sente só. Este início também referencia a criação do homem que sai do barro (massa) para o mundo e ao mito da caverna de Platão, onde um filósofo sai de sua caverna cheia de ilusões em busca da verdade do mundo.
O Ato Um se passa em um hospício, o então homem prematuro se diz um viajante do tempo e é tido como um louco, é confrontado por uma serpente que o tenta a duvidar de si mesmo e de seus objetivos, mas sem sucesso. Ao final deste ato ele encontra o atual governante da terra, Deus Machina, aquele que está presente em nossas vidas por trás das telas e tem apenas um mandamento: Matar. 2018 foi um ano assustador, um homem que defendia tortura, fuzilamento, pena de morte e ditaduras estava sendo adorado por muitos como um messias, o país passava por um processo de “Desumanização” que teve grande propagação pelas redes sociais, revelando ainda sermos um país intolerante e apático à vida. É neste cenário que o viajante nos alerta de nosso terrível futuro.
O Ato Dois se passa no purgatório, um ponto intermediário entre o reino de Deus e o reino dos mortos. O Viajante se liberta de sua alcunha de louco (camisa de força), mas ainda assim, nega o mundo à sua volta ao ser confrontado novamente com a serpente. Ele sabe que a única forma de mudar o futuro é encontrando o Olho da Tempestade, um artefato que deu início a tudo, e após ver que mesmo depois da morte, com as esperanças perdidas, o viajante era digno e possuía uma ambição nobre e forte de fazer um mundo melhor, a Serpente lhe entrega o artefato, ele pode finalmente ver “tudo”.
No Ato Três, o viajante alcança o céu e assume o lugar vazio de Deus, reiniciando sua própria sinfonia, dando nascimento de um novo prematuro, um humano incompleto que ainda tem muito que aprender para se construir um mundo ideal. | pt-BR |