dc.description.abstract | A sepse está associada com altas taxas de mortalidade e representa um dos principais problemas de saúde no mundo. Trata-se de uma síndrome bastante complexa resultante de um processo infeccioso intenso, causando a liberação de diversos mediadores inflamatórios, além de disfunção miocárdica, aumento da permeabilidade vascular e agregação plaquetária, fatores que juntos contribuem para a disfunção cardiovascular. Sabe-se que durante um quadro inflamatório ou infeccioso ocorre uma progressiva formação de adenosina extracelular. A adenosina, um importante nucleosídeo que através da ativação de quatro receptores acoplados à proteína G distintos, a saber, A1, A2A, A2B e A3, modulam uma infinidade de funções fisiológicas, regulando o sistema nervoso central, cardiovascular, periférico e imunológico. Os efeitos cardiovasculares vasodilatadores gerados pela adenosina é o resultado da ativação de receptores A2A, amplamente expressos na maioria dos tecidos e órgãos. Por outro lado, a ativação de receptores A1 presentes na vasculatura do rim, gera uma vasoconstrição nas arteríolas aferentes, levando a diminuição do fluxo sanguíneo renal. Sendo assim, durante a sepse o aumento de adenosina extracelular, pode estar contribuindo para a diminuição da pressão arterial sistêmica e levando a isquemia tecidual no rim durante a sepse. Portanto, o estudo do papel da molécula de adenosina e de seus receptores na sepse, pode representar um significativo alvo para intervenções terapêuticas. Sabe-se que a cafeína é um antagonista não-seletivo dos receptores de adenosina. Desse modo, investigamos os efeitos da cafeína sobre os receptores de adenosina e, espera-se, que o uso desta ferramenta farmacológica reduza as complicações observadas na sepse, melhorando principalmente o estado hemodinâmico, preservando a perfusão sanguínea tecidual e reduzindo desta forma a falência múltipla orgânica. | |